Dez razões que fazem de Guardiões da Galáxia 3 o melhor filme Marvel do ano

Ok, talvez você diga que a tarefa não é tão difícil, afinal neste ano de 2023 são apenas três filmes da Casa das Ideias no cinema – além dos Guardiões, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (que não foi tão impactante, mas foi bom, na opinião aqui do MundoHQ) e As Marvels, que ainda deve chegar às telonas em novembro.

Mas, com todo respeito ao trio feminino protagonista do filme vindouro, esta análise se apoia nos méritos de Guardiões da Galáxia Vol.3 , e não em qualquer demérito dos demais. E pra ficar bem claro que o filme é bom demais, vamos ampliar: Guardiões 3 é o melhor filme de super-herói do ano atual (melhor que The Flash e Besouro Azul, da DC), do ano passado (superando inclusive Wakanda Forever) e só não é o de 2021 porque, convenhamos Spider Man no Way Home foi fora da casinha.

Sem mais entretantos, vamos direto aos finalmentes: confira as dez razões que fazem de Guardiões da Galáxia 3 um filme top! Ah, se você não viu o filme ainda (tá na Disney+, pra quem assina o streaming), vale um spoiler alert. A lista abaixo contém alguns detalhes do enredo que podem tirar um pouco das surpresas que o filme traz.

1- O roteiro é (de novo) muito bem amarrado. Não é à toa que o roteirista e diretor James Gunn foi “roubado” da Marvel para assumir o universo cinematográfico da DC. O cara manda muito bem. Em Guardiões 3 ele consegue contar uma história de origem (de Rocket Racoon), dar seguimento a diversas linhas que ficaram abertas nos filmes anteriores – entre elas a do que vai acontecer com Starlord e a “nova” Gamora e a evolução de Kraglin no comando da flecha mágica herdada de Yondu – e introduzir um novo vilão sem forçar a barra. Tudo isso equilibrando a história em si, muitas cenas de ação, diversas criaturas apaixonantes e um humor legítimo, sem forçar a barra (alô, pessoal de Thor Love and Thunder , aprendam, pelamor de Odin!)

2 – O vilão é ótimo. Qualquer vilão que pratique crueldade e tortura com animais já sobe automaticamente pro topo da lista. Mas o tal Alto Evolucionário, que apareceu em 1966 nos quadrinhos e neles não é lá tão relevante, se mostra muito pior. Qualquer sujeito que destrua um planeta inteiro porque uma experiência não deu certo é alguém a ser temido. Ainda mais quando o tal sujeito tem poderes dignos de um deus – no caso, um deus greco-romano, já que o Alto Revolucionário se porta como um deles ao alternar uma frieza e crueldade ímpar com explosões de raiva, ciúme e orgulho, apenas para citar alguns sentimentos.  Vale ressaltar que a interpretação do ator nigeriano-britânico Chukwudi Iwuji é parte fundamental para que o vilão funcione bem (aliás, como já é quase uma banalidade na franquia, todas as atuações no filme são irretocáveis).

3- A trilha sonora continua arrebentando. Desde o primeiro filme, o walkman de Peter Quill traz uma playlist…ooops, fita com escolhas arrebatadoras. E desta vez não é diferente: as 17 músicas escolhidas incluem hits de Bruce Springsteen (Badlands),  Alice Cooper (I’m Always Chasing Rainbows), Radiohead (Creep), Beastie Boys (No Sleep Till Brooklyn), Florence + The Machine (Dog Days are Over), Earth, Wind and Fire (Reasons) e mais.

4- Rocket te faz chorar. Normalmente esse guaxinim maluco te faz rir, mas desta vez, a não ser que você não tenha coração, prepare a caixa de lenço. É impossível as lágrimas vão caírem na cena da fuga de Rocket e dos amigos animais modificados geneticamente – aliás, James Gunn claramente se inspirou na Graphic Novel We3, uma HQ lançada em 2004 sobre três animais torturados e modificados, pela qual o roteirista já tinha declarado ser um apaixonado.

5 – Os “entendidos da crítica” se deram mal. Não foi um, nem dois: a maioria esmagadora dos entendidos de canais geek ficou afirmando que algum dos integrantes principais dos Guardiões ia bater as botas. Alguns se baseavam em um trecho do trailer em que Nebula carrega Starlord nos braços com toda a galera em volta (se tivessem reparado que Rocket estava tomando um “milkshake” na boa já tinham descartado essa de cara), no fato de David Bautista ter anunciado que seria o último filme dele (vai morrer!) ou ainda as imagens de Rocket Racoon amarrado a uma mesa de experiências cruéis e em um dos trailer e Starlord dizer que o Alto Evolucionário estava com o guaxinim e eles tinham que salvar o amigo.

Seja para criar click bait ou por erro puro e simples, o fato é que um monte de gente que se acha deu com os burros n´água, perdeu credibilidade e quem sabe agora calce as sandálias da humildade, o que seria muito bom para o público que quer ver/ler resenhas decentes.

6 – Drax é premiado com um final feliz. Uma das características marcantes da franquia Guardiões da Galáxia é ser fiel a si mesma. Como os filmes foram lançados com grandes espaços de tempo entre si (2014, 2017 e 2023), talvez o público até mesmo esqueça da história pregressa dos personagens, mas o roteiro não faz isso. Lá no primeiro longa, Drax entra no grupo por um sentimento de vingança em relação à esposa e à filha, mortas por Ronan, o acusador.  E há diversos momentos em que o cascudo, sincero e tosco guerreiro revela a saudade que tem da família. O final de baby sitter/pai postiço – ou, com o perdão do trocadilho, guardião das Star Children  – foi um prêmio merecido para o personagem e para os fãs.

7 – O filme não apela pra uma solução romântica fácil. Todo mundo estava esperando pra ver se Quill e a, digamos, “nova velha versão” de Gamora iam engrenar como casal. Ao mesmo tempo, o trailer revelou uma engraçada cena do filme na qual o público é induzido a pensar que pode surgir um novo romance com Nebula (ou Nebulosa, como queiram). O longa, porém, acaba evitando as soluções padronizadas e fáceis: não é preciso ter romance ou casamento pra se chegar ao final feliz. Aliás, o destino de Mantis é outro acerto neste sentido.  Muito bom.

8 – Adam Warlock fica no lugar dele.  Criado em 1967, Adam Warlock apareceu nas primeiras HQs se autodenominado “Him”, um ser humano perfeito e superpoderoso criado artificialmente. Nos gibis ele já chegou a ser líder dos Guardiões, namorou Gamora e teve um papel fundamental na série das Joias do Infinito. Quando apareceu no Universo Cinematográfico Marvel, houve uma expectativa/temor de que ele tomasse a coisa toda pra ele de alguma forma. Mas no UCM e neste filme em específico, ele fica no lugar dele. Até passa de vilão a herói, mas é retratado como um bebezão superpoderoso descobrindo como o mundo funciona. Uma decisão mais do que acertada.

9 – Groot finalmente fala. E que fala! Um dos charmes do personagem Groot – e grande diversão da franquia – é a linguagem particular da criatura, que diz “I´m Groot” pra expressar qualquer coisa. Neste filme não é diferente, até uma cena específica em que o personagem declara o amor pelos amigos. Nada mais justo e ideal para reforçar o que permeia todos os três filmes da série: o amor fraterno, o amor entre amigos. A frase inclusive gerou muita especulação na Internet: será que ele falou mesmo I love you/Eu amo vocês ou a ideia foi brincar que o expectador depois de tudo o que se passou agora entendeu “grootês”? Não importa, a cena é maravilhosa.

10 – O pós-crédito tem gosto de quero mais. O primeiro pós-crédito do filme é simplesmente excepcional. De Rocket comandando a equipe à nova versão crescida de Groot, passando pelos novos recrutas Adam Warlock e a menina Phyla, a cena é épica. Sim, há um segundo pós-crédito, mas perto do primeiro nem faz cosquinha. Que venham os novos Guardiões da Galáxia.

 

NOTA DO CRÍTICO: Excelente

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