Thor Love & Thunder: engraçadinho, mas ordinário

Não, não é um filme tão ruim. Nem tampouco as piadas estragaram a ação, como muita gente diz (ainda que algumas não sejam tão engraçadas como outras). Na realidade, Love & Thunder, quarto filme do poderoso Thor que estreou em julho de 2022 nos cinemas – com números bem expressivos de bilheteria – é até uma boa opção para se divertir, mas ficou muito abaixo das expectativas, em especial por ser um filme raso, que não se aprofunda em nada que propõe.

Por vezes a impressão é que o diretor Taika Waititi – que por sinal também faz a voz do personagem Korg –  não tinha tempo para contar a história, e consequentemente o público está assistindo um “resumão”.

Aliás, a tal sensação é reiterada repetidas vezes justamente quando Korg assume a locução do filme contando literalmente o que aconteceu em determinados períodos de tempo – tipo aquelas notas cobertas que as pessoas vêm nos telejornais…

Apenas para dar alguns exemplos, as cenas de exercício de Thor entrando novamente em forma antecipadas pelos trailers são exatamente aquelas, rápidas e sem nada a acrescentar ao que já foi visto antes mesmo do filme entrar em cartaz.  

O mesmo ocorre com “as aventuras” do Deus do Trovão com os Guardiões da Galáxia após os eventos de Vingadores: Ultimato,  contadas de maneira bastante superficial (ainda que com direito a pelo menos uma batalha divertida e com boas cenas de ação).

Aliás, nesta batalha ocorre a introdução de mais um elemento da mitologia nórdica, os bodes de Thor. Engraçados, mas simplesmente “jogados” no roteiro.

O mesmo acontece com outras partes do filme, como a história de Jane Foster se tornando a Poderosa Thor em virtude de outro tipo de batalha completamente diferente…

Até mesmo a presença dos deuses de outra mitologia é rápida e rasa demais – o outrora gladiador e hoje rotundo Russel Crowe manda bem como Zeus, mas, de novo, um trechinho extremamente rápido.

Em tempo, antes de seguir em frente, vale lembrar a sinopse de Amor e Trovão:

O Deus do Trovão numa jornada diferente de tudo o que já enfrentou – a procura pela paz interior. Mas a reforma de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, que procura a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Rei Valkiria, de Korg e da ex-namorada Jane Foster, que – para surpresa de Thor – empunha inexplicavelmente o seu martelo mágico, Mjolnir, e se intitula a Poderosa Thor. Juntos, eles embarcam numa angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses.

Então vamos aos pontos positivos: Christian Bale está ótimo como o carniceiro Gorr, assim como a filha de Chris Hemsworth, a pequena India Rose, de apenas dez anos, conquista o público no papel da filha de Gorr.

Chris, como sempre, encarna Thor com desenvoltura independentemente do enredo – e o Thor aqui é aquele de linha mais cômica e meio ingênuo (ou bobão, como queiram), como o que já foi visto em Ragnarok, não por acaso também dirigido por Waititi.

A química entre Thor e Jane  (Natalie Portman) também funciona bem neste filme e merece destaque. As já citadas piadas são em sua maioria boas. Algumas até bem sacadas e mais sutis, como quando Korg, um ser feito de pedra (em inglês, rock), cita que o nome do parceiro dele… fique atento para dar risada!

E temos, claro, o final do filme que – sem dar spoilers aqui – é, sim, muito bonitinho, com mensagem positiva, ainda que arriscada se formos pensar nos próximos. Será interessante, talvez desafiador, dar continuidade à parceria estabelecida por Thor na conclusão do filme.

Há ainda, como de praxe, (duas) cenas pós credito, ambas relevantes. Em especial a primeira delas, que introduz um personagem esperado pelos fãs da Marvel e que nos quadrinhos já fez parte dos Vingadores, o que pode indicar o que vem por aí no MCU, o Universo Cinematográfico Marvel.

Resumindo: não é que Love & Thunder seja ruim, mas poderia ter sido muito melhor. É fato que depois de finalizar 2021 com o sensacional Spiderman No Way Home, a Marvel jogou as expectativas dos fãs lá no alto. Mas se esperava no mínimo que Thor não perdesse para Dr. Estranho no Multiverso da Loucura e, acredite, perdeu.

Então, por Odin, vá ao cinema se quiser matar saudade do universo Marvel, mas guarde as expectativas (e cruze os dedos) para novembro, quando deve chegar aos cinemas Pantera Negra 2: Wakanda Forever.

NOTA DO CRÍTICO: Meia boca

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