Popeye The Slayer Man: fujam para as montanhas!

Aconteceu de novo. Bastou um personagem cair no domínio público para se transformar rapidamente em filme de terror trash. Em 2022, a vítima foi o simpático Ursinho Pooh, transformado em protagonista do terrível Ursinho Pooh: sangue e mel. Neste ano de 2025, um certo marinheiro que adora espinafre – lançado em 1929 – também entrou no domínio público e o resultado é Popeye The Slayer Man, uma produção que para ser chamada de “filme B” precisaria melhorar muito.

Com “defeitos especiais” que chamam a atenção da pior forma, a começar pela máscara de borracha do intérprete de Popeye – o canastrão Jason Robert Stephens, conhecido no mundo do terror por Decay (1998), Vampire Night (2000) e Sangue na Neve (2009). Tudo bem que o filme é um slasher terror, aquele subgênero que envolve assassinos psicopatas que matam aleatoriamente e normalmente são feitos com baixo orçamento.

Mas a julgar pela máscara ridícula – não à toa o protagonista aparece no escuro e à contraluz o máximo possível – e as imagens toscas envolvendo as mortes violentas, que parecem extremamente falsas ( o sangue de ketchup que o cineasta brasileiro Zé do Caixão usava nas primeiras produções ele eram mais convincentes), o orçamento era extremamente baixo.

Por sinal, o filme tinha lançamento “mundial” nos cinemas programado para março de 2025, mas aparentemente os planos mudaram. Segundo as informações da Internet ele pode ser encontrado em streaming na Prime Vídeo e no Googleplay, mas até o momento não aparece no catálogo disponível para o Brasil. Sorte dos brasileiros.

Na trama (?), um grupo de amigos decide invadir uma fábrica abandonada de espinafre em lata para filmar um documentário sobre uma suposta lenda urbana sobre um marinheiro que assombra o local. A fábrica foi abandonada, eles descobrirão tarde demais, porque o espinafre estava contaminado. Como Popeye era basicamente o maior consumidor de latas de espinafre do mundo, o que quer que estivesse no espinafre gerou uma mutação que o transformou em uma monstruosidade assassina.

A partir daí o que se vê é uma sequência de clichês, tentativas previsíveis de sustos e gore pouco convincente. E, se precisar de mais, tem ainda a utilização do jargão do Popeye original –“I am what I am” (eu sou o que sou) – numa tentativa de causar…graça?

Popeye The Slayerman é, com certeza, o pior produto envolvendo o marinheiro já criado até o momento (contando aí os péssimos desenhos Popeye Kids e Popeye e Filho, que até então encabeçavam a lista).

É claro que, como acontece com alguns filmes trash, de tão ruim é capaz de Popeye: The Slayer Man até virar cult entre os fãs do gênero. Porém ele terá concorrência: a ITN Studios também promete um filme de terror de Popeye para este ano. Ainda sem nome, o longa já teve imagem divulgada (abaixo) e sinopse divulgada: “A lenda de Popeye assombra um grupo de conselheiros quando eles tentam abrir um acampamento de verão”. Por favor, alguém chame o Brutus.

 

NOTA DO CRÍTICO: Pavoroso

Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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