Ele voltou e está de cabeça quente: Motoqueiro Fantasma, o Espírito da Vingança

Em 2007, quando anunciou que participaria da sequência de Motoqueiro Fantasma, Nicolas Cage afirmou que o segundo filme seria mais sombrio ao estilo Nicolas Cage: “Ele não vai estar mais comendo jujubas e, sim, ficando bêbado”. 

Ainda que a sequência que estreia nesta sexta (17) seja mais recheada de efeitos especiais explosivos do que o primeiro filme, sem dúvida é mais sombria, ou ao menos neste houve uma preocupação maior com um roteiro que atraísse o espectador e não apenas com cenas de ação.

Motoqueiro Fantasma, o Espírito da Vingança se passa anos depois da “origem” do personagem mostrada no primeiro longa, em 2007. Para quem não viu o filme anterior ou nunca leu os quadrinhos do personagem, Johnny Blaze é um motoqueiro de circo que é ludibriado a fazer um pacto com o demônio Mephisto.

A partir daí, passa a se transformar em um demônio com o crânio/corpo/moto em chamas, correntes mortíferas e um “olhar da penitência” com os quais manda malfeitores ao inferno. O que poderia até não ser tão ruim, não fosse pelo fato de que estas almas pecadora, sem opção de redenção, engrossam as fileiras do exército de Satã para a futura luta contra o Paraíso.

Neste segundo filme, um amargurado Johnny Blaze (Cage) está na Europa em busca de uma cura para sua maldição – ou, mais especificamente, de uma fuga para seu pacto com o demônio Mephisto.  Em vez disso, descobre um menino que está prestes a ter seu corpo usado como receptáculo para Satã.

O nome do jovem candidato a Anticristo? Danny Ketch, o mesmo que nos quadrinhos foi o sucessor de Blaze como Motoqueiro Fantasma. Os fãs, por sinal, já estão enxergando no roteiro uma possível continuação com Blaze dando lugar a Ketch como figura principal – ou, de maneira mais cruel, um Cage “que não está ficando mais novo” dando lugar a um ator mais jovem no próximo capítulo da franquia.

Se isso é verdade ou não, só o tempo dirá, afinal a própria realização dos filmes do Motoqueiro Fantasma está intimamente ligada a Cage. Fã confesso do personagem cuja primeira versão motoqueira apareceu há quatro décadas – antes disso a Marvel já tinha um personagem cowboy com o mesmo nome (Ghost Rider, no original em inglês) -, o ator não só é um dos principais fatores dos fãs irem ao cinema, como também garoto propaganda e captador de recursos para as produções.

“Motoqueiro Fantasma foi o primeiro quadrinho que li na infância, com oito anos, e a imagem da caveira flamejante nunca saiu da minha cabeça.  Nunca consegui imaginar nada mais assustador do que um personagem que usa as forças do mal para fazer o bem. Para mim era muito difícil lidar com esse dualismo”, diz Nicolas que, nunca é demais lembrar, adotou o pseudônimo “Cage” em nome a outro herói de quadrinhos da Marvel: Luke Cage, herói de aluguel . O verdadeiro nome do ator é Nicolas Kim Coppola.

 

De volta ao filme , Johnny Blaze efetivamente está mais sombrio, até porque para salvar o mundo do que acredita ser um mal maior, é obrigado a aceitar e usar seus poderes demoníacos ao máximo.  O Motoqueiro agora está mais forte, mais cruel e até com poderes extras, como lançar chamas pela boca. O roteiro agora existente é mais bem amarrado e tem algumas características tradicionais de filmes de terror, como a incorporação do demônio por uma criança (o bom ator mirim Fergus Riordan), imagem que sempre causa arrepios.

Mas ainda estão lá as frases de efeito e as gracinhas, bem como o grande volume de efeitos especiais e ação que garantem a diversão dos fãs do gênero e geram arrepios em alguns críticos do “cinema arte” que, com certeza, não vão poupar Cage e os diretores Mark Neveldine e Brian Taylor se forem ao cinema esperando um filme digno de Oscar (não incluso aí o de Efeitos Especiais).

Problema deles, se antecipa Nicolas Cage.  “O trabalho dos críticos é criticar. Na minha opinião eles podem falar o que quiserem, até porque não vou ouvir o que eles têm a dizer e acredito que a maior parte das pessoas que vai ao cinema também não. Eu gostei do filme, mantive minha integridade profissional e estou muito feliz em ser o Motoqueiro Fantasma de novo. Espero que as pessoas se divirtam e é isso que interessa.” Sem dúvida alguma.

Até porque quem for ao cinema para se divertir pode ter a certeza que sairá satisfeito e, ao contrário do personagem principal, sem nenhum motivo para esquentar a cabeça.

 

NOTA DO CRÍTICO: Vale a pena

Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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