Cinco anos depois do primeiro filme, os mercenários imortais comandados por Charlize Theron – ou melhor, pela guerreira milenar Andrômaca da Cítia (“Andy” para os mais íntimos) – estão de volta e terão que enfrentar ninguém menos que Uma Thurman, atriz que dará vida à principal vilã de The Old Guard 2. O novo longa baseado nos quadrinhos de Greg Rucka e e Leandro Fernández estreia na Netflix neste dia 2 de julho de 2025, com altas expectativas.
Até porque o primeiro filme foi não só uma das melhores adaptações de HQs feitas pelo streaming como um dos mais populares da plataforma. The Old Guard, o longa inicial, teve 72 milhões de exibições apenas nas primeiras quatro semanas contadas a partir do lançamento em julho de 2020.
Diga-se de passagem, já naquele mês de estreia a diretora Gina Prince-Bythewood havia adiantado que produziria uma trilogia na Netflix, portanto, assim como nos quadrinhos há três aros de histórias, espera-se que isso se confirme e um terceiro filme venha por aí. Mas que o intervalo entre este e o próximo não seja tão grande.
Relembrando
Para quem não se lembra, a tal “velha guarda” do título se refere a um grupo composto por guerreiros de diversas épocas, que por alguma razão não têm o hábito de morrer em definitivo, e que costumam atuar como uma força mercenária em diversos conflitos. Todos são soldados extremamente eficientes que costumam voltar à vida pouco depois de terem sido metralhados, enforcados, afogados, enfim, assassinados por diversos métodos.
Contudo, há duas pegadinhas: a primeira é que eles são imortais, mas não imunes à dor. Ou seja, cada morte é totalmente sentida e, normalmente, bastante desagradável. Fora a dor emocional/psicológica em ver as pessoas normais com quem se relacionam/relacionavam pessoalmente envelhecerem e morrerem, enquanto eles permanecem vivos.
A segunda é que um dia, do nada, sem nenhuma razão aparente, eles começam a demorar mais para sarar dos ferimentos e vão perdendo a capacidade de se regenerar. Isso ocorre até o ponto de eles serem mortais novamente, sem nenhum tipo de aviso prévio.
Dito isso, para entender o segundo filme o ideal é assistir a The Old Guard primeiro. Então, caso você não tenha visto o primeiro filme, aproveite para conferir enquanto o segundo não estreia (ou assista de novo para relembrar, afinal já se foram cinco anos). De qualquer forma, um alerta: a sinopse do segundo filme, sobre a qual esse texto fala a seguir, inclui spoilers do que ocorreu no primeiro.
Discórdia imortal
The Old Guard 2 se passa um tempo após os acontecimentos do primeiro longa. Andy deixou de ser imortal, mas permanece perigosa como sempre, afinal ela domina a arte da guerra há mais ou menos seis mil anos. Como diz Booker (Matthias Shoenaerts) no primeiro filme, a guerreira cita já esqueceu mais formas de matar do que os exércitos atuais aprenderão em toda a existência deles.
Ela continua liderando a equipe que, em contrapartida, conta com um poder de fogo muito maior, já que a sargento Nile Freeman (Kiki Layne) – que se uniu ao grupo e à imortalidade no longa inicial – está se mostrando extremamente letal e eficiente.
“O primeiro filme terminou com mudanças intensas na dinâmica do grupo: Andy perdeu a imortalidade, Nile tornou-se imortal e Booker foi exilado. Então o estilo de liderança de Andy mudou: como agora ela é mortal, vai dedicar o tempo que lhe resta para fazer o máximo de bem que pode”, adianta Charlize Theron.
O problema é que o inimigo, agora, também é muito pior: uma mulher conhecida apenas como Discórdia (Uma Thurman), que é apontada como a primeira guerreira da história do mundo a deixar de morrer. Ela antecede, portanto, a própria Andy que, vale lembrar, nasceu na região da antiga Cítia aproximadamente no ano de 4.700 antes de cristo.
Discórdia acusa Andy de ter dado prioridade à sobrevivência da humanidade em detrimento da própria “raça” de imortais (uma acusação razoavelmente correta) e por isso agora a primeira deles irá fazer de tudo para acabar com a equipe – que inclui ainda Joe (Marwan Kenzary) e Nick (Lucca Marinelli), os amantes que se conheceram quando lutavam um contra o outro na época das Cruzadas). Do lado dos mocinhos estão ainda o agente Copley (Chiwetel Ejiofor) e Tuah (Hemry Golding), um novo personagem que é uma espécie de especialista na história dos imortais.
“A Old Guard nunca foi tão poderosa. Com Nile totalmente assimilada ao grupo ele nunca foi tão letal, e as sequências de ação neste filme estão em outro nível. Eles enfrentarão velhos amigos e novos inimigos, e Andy certamente terá que encarar seu passado de uma maneira inédita – e decidir o que isso significa para seu futuro, independentemente de quão longo ele será”, complementa Charlize.
A própria Discórdia irá eventualmente enfrentar Andy no mano a mano, conforme é possível ver no trailer em luta na qual a guerreira cita a usa o machado tradicional do povo dela e Uma Thurman empunha uma espada. Impossível ver a cena sem se lembrar de Uma como a Noiva, de Kill Bill.
E, como visto no finalzinho/pós crédito do longa inicial, quem também deverá ter uma atuação de destaque em The Old Guard 2 é a guerreira Qhynh, que havia sido jogada no oceano pelo movimento de caça às bruxas. Lá ela passou pelo menos 500 anos morrendo afogada, voltando à vida ainda presa embaixo do mar e morrendo de novo, só para reiniciar o ciclo mais uma vez. Algo que, segundo os sonhos de Nile no primeiro filme, a teria enlouquecido (e enlouqueceria qualquer um).
Porém, na já mencionada cena no final do primeiro filme, Qhynh parece bastante lúcida na conversa com Booker. O trailer de The Old Guard 2 mostra como ela deixou o túmulo submerso, mas ainda não se sabe de que lado ela vai estar em definitivo, ainda que apareça lutando contra Andy. O que é compreensível, já que chefe da “velha guarda” não a salvou do terrível castigo sob as águas – ainda que tenha procurado a antiga companheira e não se perdoe por não ter encontrado.
Mas se a luta entre as duas antecede um eventual perdão e uma nova aliança não dá para saber ainda. A conferir, daqui pouco mais de uma semana, na Netflix.
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