Bira leva Angelo Agostini
mais uma vez
Se histórias em quadrinhos fossem cinema, o cartunista Ubiratan Libânio Dantas de Araújo estaria se sentindo como Tom Hanks, quando ganhou dois Oscar seguidos por suas atuações em Filadélfia e Forrest Gump. Afinal, o paulistano radicado campineiro Bira, como é mais conhecido, levou no último dia 1 de fevereiro pelo segundo ano consecutivo o prêmio Ângelo Agostini como melhor cartunista. "Mas não quero ter a cara do Tom Hanks, só o dinheiro dele", brinca.
Bira garante, no entanto, garante que este prêmio é mais importante que o primeiro. "No outro eu fiz campanha, mandei e-mails divulgando o meu trabalho. Neste nem fiz nada. Estou começando a achar que o pessoal realmente gosta do meu trabalho como cartunista", diz, com modéstia calculada. O Ângelo Agostini é um dos dois prêmios mais importantes dos quadrinhos em todo o País – além dele, há ainda o prêmio HQMix (na área das HQs nacionais, os dois equivalem ao Golden Globe e o Oscar).
O nome do prêmio é uma homenagem ao cartunista ítalo-americano que é apontado como autor da primeira história em quadrinhos publicada em território nacional: "As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte", de 30 de janeiro de 1869 (motivo pelo qual o 30 de janeiro foi instituído como dia do quadrinho brasileiro).
O prêmio é conferido pela AQC-ESP (Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo), e os vencedores são escolhidos por votos dos associados. Bira, que além de desenhar também ensina o ofício a outros, na escola Pandora, em Campinas, recebeu o prêmio na tarde do domingo, dia 1, em São Paulo. A cerimônia foi aberta ao público (no Auditório Gazeta da Fundação Cásper Líbero, na Avenida Paulista, 900, próximo ao metrô Brigadeiro).
Além de Bira, também receberam o prêmio Márcio Baraldi (também foi eleito melhor cartunista ao lado do paulistano); Mozart Couto (melhor desenhista e melhor arte finalista, neste último quesito "empatado" com Renato Guedes); o Holy Avenger Marcelo Cassaro (melhor roteirista); Angeli e Chico Caruso (Grandes Mestres); Franco de Rosa e Roberto Guedes (Melhores Editores); Alexandre Jubran e André Vazzios (arte técnica).
Também foram premiados o álbum Roko-Loko, da Opera Graphica, como melhor lançamento nacional, e o fanzine Quadrinhos Independentes, como melhor Fanzine. Por fim, receberam o troféu Jayme Cortez, espécie de Ângelo Agostini de honra, os editores André Diniz e Sidney Gusman, além da Opera Graphica Editora.
Confira a programação da Entrega do Ângelo Agostini:
14h – Palestra "O Negro no Quadrinho Nacional", com Maurício Pestana e Alexandre Silva.
15h – Palestra e exibição de curtas do Núcleo de Cinema de Animação, com Maurício Squarisi e Wilson Lazaretti.
16h – Palestra do Professor Antonio Cagnin sobre Ângelo Agostini
16h50 – Exibição do Documentário sobre Ângelo Agostini da TV Senado.
17h – Entrega dos Prêmios Ângelo Agostini do melhores de 2003.
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