Normalmente Wolverine faz snikt ! primeiro e pergunta depois. Mas para a sorte dos fãs, o ator australiano Hugh Jackman, que já se imortalizou como o herói na telona. Gosta de bater um papinho. Tanto que neste dia 29 de outubro Jackman e o diretor James Mangold vão participar de um chat ao vivo com “Agent M, porta-voz social da Marvel”, no qual responderão a perguntas mandadas pela rede social pelos fãs sobre, claro, o segundo filme solo de Wolverine após o primeiro longa, X-Men Origens: Wolverine.
O chat vai ser transmitido direto do set de filmagem do longa, em Sydney, através da página do filme no YouTube – http://www.youtube.com/thewolverinemovie . Participando ou não da conversa, a principal pergunta entre os fãs parece ser: o que esperar do filme? Ou, para os mais conhecedores da gibigrafia do personagem:até que ponto as HQs que inspiraram esse novo filme? Que, vale lembrar, atende no original pelo nome de The Wolverine, mas deve ficar conhecido nas bocas como Wolverine 2 mesmo.
A descrição do release da 20th century Fox não é muito reveladora: “No novo filme, Logan viaja ao Japão, onde vai descobrir que uma espada de samurai pode ser páreo para suas invencíveis garras e se vê em uma batalha épica com uma figura de seu passado, que será capaz de mudá-lo para sempre.”
Mas, por trás deste paragrafozinho simples se esconde uma das minisséries que marcou época no início dos anos de 1980, com argumento de Chris Claremont, cosiderado o maior escritor dos mutantes em todos os tempos (rótulo que ora ele diz amar, ora diz odiar, mas que é merecido independentemente do que ele diga) e desenhada por Frank Miller, que o mundo reconheceria mais tarde não só pelos desenhos como pelos brilhantes argumentos, conjunto de qualidades cujo maior ápice talvez seja Sin City.
Chamada apenas de Wolverine – título mantido na primeira versão lançada no Brasil (uma posterior ganhou o nome de “Eu, Wolverine”, provavelmente tentando chupinhar desnecessariamente certo filme da época) – a história foi lançada em quatro edições. Apaixonado por Mariko Yashida, que repentinamente viaja ao Japão sem lhe dizer nada, Logan vai atrás da amada para descobrir não só que ela está casada para cumprir um obrigação familiar como também que a família da moça está envolvida com uma tremenda organização criminosa.
Tentando ser herói, Logan leva a maior surra da vida, é humilhado diante de Mariko e apontado como um mero animal, incapaz de impor sua humanidade a seus instintos. A partir daí, Claremont conduz com maestria uma HQ na qual Wolverine vive a maior batalha de sua vida: consigo mesmo, tentando equilibrar seu lado selvagem. Como desgraça pouca é bobagem, Wolvie se envolve ainda com a ninja maluca Yukio, que se torna amante do herói e o aceita como ele é, deixando-o ainda mais confuso.
Quer mais? Wolverine acaba enfrentando praticamente todos os soldados do Tentáculo, uma organização criminosa imensa, no decorrer da história. Com tudo isso, Wolverine foi aclamada como até então a história definitiva do personagem. Outras tão boas viriam na mesma década, claro, uma das quais pelas mãos do próprio Claremont e também ambientada no Japão (e mais uma vez focada na dicotomia homem/monstro do herói, Wolverine e Kitty Pride), mas o fato é que a série Wolverine entrou para a história das histórias em quadrinhos do X-Men canadense.
E o filme, senhores, e o filme? O produtor Lauren Schuler Donner garante que a HQ será respeitada. “É nossa responsabilidade nos mantermos fiéis ao material original. Há outras influências e outros fatores que serão levados em consideração, o primeiro e mais importante deles sendo a necessidade de adaptação para a tela grande. Mas temos consciência do que pensam os fãs e tentaremos nos manter próximos à fonte dos quadrinhos de todo modo possível. Eu acho que é melhor assim.”
E o que acham o ator principal Hugh Jackman e o diretor James Mangold sobre o assunto. Bem, isso só participando do chat desta segunda – ou conferindo a íntegra dele em algum site depois – para saber. Em tempo: The Wolverine deve estrear no Brasil em junho ou julho de 2013.
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