Modernidade Mela Mulher Maravilha…

 

 

O anúncio causou grande expectativa, o primeiro modelo de uniforme causou náuseas, o segundo causou furor – devidamente a bordo do corpo bem delineado de Adrianne Palicki –e todo mundo esperava que o novo seriado da Mulher Maravilha, bem, causasse. Mas não deu. O piloto da série da NBC, dirigido pelo renomado David E. Kelley, chegou a ser gravado e tinha até previsão para estréia regular neste ano, mas o poder da amazona não foi suficiente para emplacar a atração: a rede de televisão decidiu cancelar tudo.



A primeira versão do uniforme para o novo seriado: náuseas nos fãs

Grande safo! O anúncio de que o show não sairia não teve, obviamente, metade da divulgação dada ao fato de que ele estava sendo gravado. Também não houve grandes explicações. A NBC resumiu-se a dizer que o projeto havia sido abortado e não faltaram especulações de que o piloto havia sido um desastre.



Houve  também quem zombasse do diretor, dizendo que a nova MM seria uma espécie de Ally McBeal de colante – o que, convenhamos, não seria tão ruim – referindo-se ao antigo sucesso de Kelley.  Há quem garanta que os executivos da rede não dirão a verdade nem mesmo que a própria Mulher Maravilha use seu laço mágico, mas o que eles deixaram escapar já dá boas pistas do ocorrido.



Algumas resenhas do teste de público do piloto vazaram, com adjetivos como “ambicioso” e “bem executado”. Até mesmo a atuação (?) de miss Palicki – que é fã de Alan Moore e tem uma tatuagem de supergirl – recebeu elogios. O que não colou, porém, foi o argumento ou, como diriam por aqui, a releitura, o remake.



A primeira super-heroína dos quadrinhos foi criada nos longínquos anos de 1940. O seriado televisivo com a iconográfica Linda Carter, por sua vez, foi ao ar de originalmente de 1975 a 1979. Dizer que muita coisa mudou desde então seria pouco. Nada mais natural, portanto, que tentar dar uma roupagem mais atual à princesa amazona, no entanto alguém parece ter perdido a mão.



 

Linda Carter, a MM dos anos 70: voltinhas com os braços abertos eram marca registrada

Em seu primeiro seriado, a heroína deixa a mítica ilha das amazonas direto para Washington DC, onde seu alterego é como secretária do militar Steve Trevor e a luta de ambos é principalmente contra espiões e nazistas.

 

Nos anos finais da série, marcada pelas voltinhas com os braços abertos que Linda dava para “se transformar” em Mulher Maravilha, a heroína já havia deixado de ser secretária para trabalhar como uma agente solo para uma agencia americana estilo CIA.



Na nova versão, o alter ego de Diana é uma mulher de negócios estabelecida em Los Angeles. De dia, ela enfrenta a dura vida de empresária e executiva e, à noite, como Mulher Maravilha, combate o crime e o tráfico de drogas na cidade dos anjos.

 

A descrição do sitcom era algo como “Diana Prince, executiva e vigilante, profissional de sucesso e mulher moderna que também tenta salvar Los Angeles do que a cidade tem de pior ao mesmo tempo em que equilibra as várias facetas de sua vida extraordinária”. Deu pra entender?

 



A modernidade melou a Mulher Maravilha e, talvez, tenha sido melhor assim. Mas o que os fãs de quadrinhos já se perguntam, enquanto suspiram pela ausência de Adrianne Palicki em seu colante, é se o fim do projeto da NBC terá alguma (má) influência sobre a rival ABC, que também estava planejando um novo remake de seriado: Hulk, com Guillermo Del Toto e David Eick. O tempo dirá.

 

 

 

Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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