Marvel Miau: muita fofura, para quem gosta de um bichano

Existem quadrinhos sérios, profundos, cheios de aventura, mistérios, reflexões filosóficas, violência… e existem quadrinhos para ler com um sorriso no rosto, soltando um “que fofinho” a cada duas ou três páginas. Marvel Miau, publicado no Brasil no selo Marvel Mangá da Panini,  se encaixa com perfeição no segundo caso.

Com argumento e desenhos graciosos de Nao Fuji (artista que teve o trabalho descoberto pela Marvel na Tokyio Comic-Con em 2016), a  HQ tem como personagem principal a gatinha da Capitã Marvel, Chewie, que resolve se aventurar universo afora contracenando com os principais heróis e vilões da editora.

Cabe lembrar que Chewie é, na verdade, um “Flerken”, nome dado a uma espécie alienígena que se parece com um gato terrestre, mas possui habilidades extraordinárias e tentáculos que saem da boca para agarrar ou consumir literalmente qualquer coisa. Mas o foco aqui é, efetivamente, o “se parece com um gato.”

Por isso mesmo, o quadrinho é leitura obrigatória para quem gosta ou tem um (ou mais) companheiro felino – e que irá identificar vários comportamentos típicos dos bichanos nas aventuras da personagem principal. Coisas como se espalhar sobre o teclado do computador quando você precisa trabalhar com ele (você, no caso, sendo o Homem-de-Ferro).

Ou se espalhar pela cama obrigando o ser humano que – em tese – é dono dela a se virar de outra forma. Mesmo quando a cama em questão é uma prancha na qual um certo arauto de Galactus singra pelo espaço…

O livro de 72 páginas é dividido em diversas histórias individuais, cada uma delas com duas ou no máximo três folhas, na qual Chewie contracena om um herói/vilão ou uma superequipe. Originalmente, a maioria das historietas saíram em publicações no Instagram da editora, daí a necessidade de serem mais curtinhas.

Em todas elas o humor gráfico prevalece, sem necessidade de balões de fala.  E, dividindo as aventuras há sempre uma ilustração remetendo a um ou mais personagens vistos com a gatinha.

 

Aliás, vale lembrar que, se em alguns casos o foco é o comportamento da gata, em outros fica patente como o herói que contracena com ela também se comporta de maneira peculiar e até mesmo  felina. Wolverine ilustra este último exemplo com perfeição.

Cabe ressaltar ainda que Nao Fuji valorizou ainda mais a própria arte na colorização. Em vez de utilizar todas as cores, cada bloco de histórias é pintado com apenas uma cor, como verde, azul ou roxo, entre outras. E, como provavelmente antecipava que muita gente que compraria a obra seria mais conhecedora de gatos do que de heróis e vilões Marvel, entre os blocos há um pequeno glossário esclarecendo quem apareceu nas páginas anteriores.

Diga-se de passagem não faltam “personalidades” Marvel interagindo com Chewie na HQ, de Deadpool e Deadgwen a mutantes diversos, de Homem-Aranha (e Venon) a Inumanos e Thanos.

Ao menos nos EUA, o sucesso desta primeira criação de Nao Fuji para a Marvel foi tanta que virou não uma, mas duas séries de linha regulares, no selo Infinity Comics. Na primeira, Marvel Meow, de autoria exclusiva de Fuji, o foco são os gatos do universo Marvel.

Na segunda (Infinity Paws), que tem argumentos  de Jason Loo e desenhos de Fuji, entram em cena vários outro bichinhos. Ao menos por enquanto, não há previsão de lançamento destes títulos no Brasil.

NOTA DO CRÍTICO: Esse é bom

Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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