Em 1971, Forest Ackerman, um quadrinista bon-vivant e produtor de filmes, criou Vampirella, uma espécie de mistura de Drácula com a popular personagem Barbarella (criada pelo falecido Jean-Claude Forest e vivida por Jane Fonda nos cinemas). O visual da personagem idealizada por Ackerman foi colocado no papel pelos desenhistas Frank Frazetta e Tina Robins.
As formas de Vampirella agradaram tanto que um quadro com a primeira imagem da heroína foi vendido por US$ 77 mil dólares. E não é pra menos.
Um tanto ousada para a década de 70, a vampira morena e voluptuosa vestia (e ainda “veste”) roupas sumárias e, em sua ânsia por saciar sua sede de sangue, passava por aventuras com altas doses de erotismo, sem cenas explícitas, mas com direito a sensuais banhos (em sangue) e até algumas cenas de homossexualismo feminino – algo muito normal entre vampiras…
Além de colocar em alta o erotismo nos quadrinhos, Ackerman também deu o pontapé inicial em outro gênero de histórias pouco conhecido na época: o das “estranhas histórias verdadeiras”, que eram publicadas nas revistas de Vampirella.
No Brasil a personagem é pouco conhecida – ganhou um pouco mais de conhecedores com a extinta versão nacional da Wizard -, mas é possível importar revistas dos Estados Unidos, onde ela já foi publicada em várias editoras. Às vezes também é possível encontrar cosplayers de Vampirella em Comiccons brasileiras, como a CCXP e a Animefest.
Em 2000, uma série de quadrinhos intitulada Vampi começou a circular pela Anarchy Studio, trazendo uma versão futurista e alternativa de Vampirella.
Com roupas mais comportadas e lembrando algumas personagens de manga, esta versão da moça está em busca de uma cura para o vampirismo. Uma edição omnibus coletando as primeiras dezoito edições da série foi lançada em 2012 pela Dynamite.
A Dynamite Entertainment também lançou, em 2014, Li’l Vampi, uma versão infantil de Vampirella (!) que tenta descobrir por que monstros estão destruindo a cidade de Stoker, no estado do Maine (EUA).
Vampirella também ganhou um filme bem ruinzinho em 1996 e havia boatos de que haveria um novo longa na década de 2020.
Enredo
Vampirella é uma nativa do planeta Drakulon, onde a água é “composta de sangue”. H2O, no planeta da moça, quer dizer ‘hemoglobina dobrada com oxigênio”. Por causa dessa água diferente, todos os habitantes do planeta têm poderes especiais: são vampiros.
O próprio conde Drácula, da Terra, seria um nativo há muito banido daquele mundo, que adotou o nome por causa do planeta onde nasceu. A sedutora Vampirella, por sua vez, vai tentando sobreviver na Terra como pode e constantemente se encontra com o vilão Drácula, em quem invariavelmente acaba dando uma surra.
Personagens
Além de Vampirella e Drácula, quase não há personagens fixos, a exceção de um ou outro vampiro que aparece mais de uma vez na história.
Curiosidade: sangue brasileiro
A inspiração de Forest Ackerman para criar Vampirella apareceu quando o autor viajava para o Rio de Janeiro, onde produziria um filme. Ackerman conta que estava sobrevoando o rio Amazonas, pensando em piranhas (o peixe!), quando sentiu um perfume exótico. Ao olhar para trás, descobriu que o perfume exalava da atriz Yvette Minieux. Misturando as piranhas, o cheiro de Yvette e a personagem de ficção/erotismo mais em voga na época, Barbarella, o autor concebeu sua filhinha sanguinolenta.
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