Tudo sobre Cavaleiro das Trevas II (DK2)

Mundo HQ

Frank Miller arrasa de novo !!!

Saiba aqui tudo o que você quer saber sobre DK2

Em um hoje longínquo 1987, o quadrinista Frank Miller chacoalhou o mundo dos quadrinhos ao lançar Cavaleiro das Trevas (The Dark Knigth), uma história em quadrinhos caprichada – que na época os amantes da HQ adoravam chamar de Graphic Novel – na qual o principal herói era um Batman velho, violento, extremamente obsessivo e disposto a tudo para impor a Justiça. Com um roteiro muito bem amarrado e recursos visuais até então inéditos, a minissérie de Miller tornou-se um marco na história dos quadrinhos e a história mais apreciada e elogiada de todos os tempos. Pelo menos até a próxima terça-feira, dia 26, quando chega às bancas e lojas especializadas O Cavaleiro das Trevas II, uma "continuação" da história lançada 15 anos depois do fenômeno DK, como é conhecido nos Estados Unidos.

Por quê retomar uma idéia tanto tempo depois? "É muito simples. Eu ainda tinha uma história para contar", responde Miller. Mas será que esta história conseguiria superar o que Miller já fez? Uma tarefa um tanto difícil, afinal a primeira história foi, para dizer o mínimo, fantástica. DK1 mostrava um Bruce Wayne na casa de seus 50 anos, em um futuro no qual Batman era apenas uma lenda em Gotham City (o milionário havia pendurado há capa há uma década, em virtude da morte de Jason Todd, o Robin). Mas o espírito do Justiceiro é despertado pelas violência da cidade e ele volta à ativa com muito mais violência e sarcasmo, e com uma Robin de 13 anos (que em DK2 aparece como Mulher-Gata).

Batman transforma a cidade em um verdadeiro campo de guerra e atraí a atenção do governo americano, que havia proibido a ação dos super-heróis nos Estados Unidos. À exceção de seu super-herói de estimação: o Super-Homem, que acaba partindo para o confronto com Batman. Some-se a tudo isso um confronto nuclear entre Estados Unidos e Rússia, gangues fascistóides descontroladas e o retorno de um Coringa também mais violento e homicida, e a fórmula de DK1 parece ser imbatível. A julgar pela sinopse de Cavaleiro das Trevas II, no entanto, pode não ser.

A aventura – que a Abril Jovem lança no Brasil em três capítulos de 84 páginas cada, a R$ 6,50 por fascículo – se passa logo depois do desaparecimento do Homem-Morcego no primeiro Cavaleiro das Trevas. Vale aqui um parêntese: não é preciso ler a primeira série para entender e gostar desta, mas em todo caso a Abril pretende relançar DK1 ainda neste mês para quem não teve a chance.

Três anos depois da suposta morte de Batman na primeira aventura, os Estados Unidos estão praticamente em guerra civil. O presidente americano é um fantoche do arquivilão Lex Luthor, que promove um fascismo velado enquanto o país desmorona. Os super-heróis continuam proibidos de exercer qualquer atividade, mas sempre que precisa fazer um servicinho sujo o governo americano aprisiona os familiares dos heróis e os tortura para obrigá-los a agir conforme os estados Unidos desejam.

Muitos heróis da velha guarda estão presos ou mortos – o Flash, por exemplo, esta aprisionado e sendo usado como um dínamo, gerando energia para toda a Costa Leste dos EUA! O Super-Homem, por sua vez, tornou-se o maior agente da repressão do governo, mas age como se fosse uma máquina sem emoções. Revoltado com a situação geral, o Homem-Morcego e seus seguidores saem do esconderijo (um gigantesco complexo de cavernas sob Gotham City) e decidem monta sua própria milícia com os antigos integrantes da Liga da Justiça , para derrubar o governo dos EUA e controlar o crime.

Porém, Lex Luthor descobre os planos de Batman e promete arrasar a revolta dos heróis. Além de todo este roteiro bem amarrado, Miller desenhou seqüências que – curiosamente, já que os dois primeiros números da série foram desenhadas antes de 11 de setembro – assemelham-se com os ataques terrristas feitos ao World Trade Center e às retaliações americanas "O que é mais bizarro é que antes de 11 de setembro eu desenhei seqüências que parecem retaliações diretas ao ocorrido", diz. "E vocês verão minha reações aos ataques no terceiro volume. Eu não estou nem aí pra ser politicamente correto… não ficarei rodeando o assunto como o resto da indústria do entretenimento está fazendo. Abordei o assunto diretamente", diz.

Nos Estados Unidos, a série foi lançada em cinco de dezembro de 2001 e toda a tiragem da primeira edição foi vendida duas semanas antes da estréia, batendo o recorde de vendas da indústria dos quadrinhos. Por aqui, a Abril aposta alto na série – promove até mesmo uma festa de lançamento antecipada em São Vicente, com direito a BatSinal no céu – e a classifica da seguinte maneira: "’É como se Shakeaspeare voltasse à vida para escrever uma continuação de Hamlet". Uma comparação exagerada, com certeza. Mas uma coisa não é exagero: com Cavaleiro das Trevas II, Miller vai mais uma vez estabelecer um novo marco na história das HQs.

Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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