Tchecos questionam uso de jutsu em jogo de vôlei do Brasil: magia é legal no esporte?

Torcedores tchecos, inconformados com a vitória de virada da Seleção Brasileira de Vôlei sobre o time daquele país no último domingo (1º de outubro), estão ameaçando acionar a o Comitê Olímpico Internacional (COI) questionando o uso de jutsus por parte do jogador Darlan. O atleta de 21 anos, maior pontuador da partida válida pelo Pré-Olímpico masculino, se utilizou da técnica que permite manipular chakras e dá acesso a habilidades poderosas que incluem magia.

“O que queremos questionar é: o jutsu é legal na prática esportiva? Por princípio, o esporte deve dar chances iguais de disputa a duas equipes, mas não é todo mundo que consegue utilizar essas técnicas. Dizem, inclusive, que esse jogador brasileiro só faz isso graças a conexões particulares que tem com o pessoal de Konohagakure”, diz um dos acusadores, que prefere se manter anônimo com medo de represálias.

A afirmação se refere a um boato que se espalha desde 2022, quando o oposto da Seleção- que já se utilizava das técnicas antes no time do SESI Bauru – estreou pelo selecionado brasileiro. Com maior cobertura de TV, mais gente viu e identificou os gestos. E a partir daí, não se sabe exatamente de onde, surgiu a história de que Darlan seria – na verdade – “Daru Lian”, um habitante da localidade japonesa cujo nome em português seria algo como “Vila Oculta da Folha.”

 

As histórias que apareceram vão além: há quem diga que Darlan teria sido um dos principais oponentes do lendário Naruto Uzumaki na disputa do cargo de Hokage (“o chefe”) da aldeia. A afirmação, contudo, é claramente falsa, já que é fato documentado que as tentativas de Naruto para liderar Konohagakure se iniciaram em 1997 e Darlan nasceu cinco anos depois, em 2002.

As teorias da conspiração, porém, não se rendem a esse fato e questionam a veracidade da origem e dos documentos de “Daru Lian”. Para elas, tudo seria uma fachada para esconder as habilidades ninja e a verdadeira nacionalidade do rapaz. “Os olhos dele não enganam, é um japonês, e provavelmente a magia o mantém com esse aspecto mais jovem”, opina outro acusador tcheco oculto pelo véu1 do anonimato.

Para ele, inclusive, não deve ser descartada a possibilidade de os colegas de equipe de Darlan também serem remanescentes da equipe que teria auxiliado Darlan em suas aventuras no Japão. “Naruto teve o Time 7, o que impediria Daru Lian de ter sua própria equipe de colegas para que cada um se beneficiasse da capacidade de combate dos companheiros e juntos chegassem mais longe? Pensem bem!”, alarda o denunciador alarmista.

 

Apontado como maior conhecedor da história de Naruto, o historiador Masashi Kishimoto nunca citou nenhum Darlan (ou Daru Lian) nos trabalhos que escreveu. A reportagem não conseguiu entrar em contato com o jogador para aprofundar a história.

Apesar da ameaça feita pelos torcedores adversários, até o momento não foi registrada nenhuma denúncia sobre a irregularidade ou não da utilização de jutsus no vôlei, nem junto COI nem a nenhuma outra autoridade esportiva. A reportagem será atualizada caso isso venha a ocorrer.

Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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