Djota Carvalho
Tudo o que é bom chega ao fim, mas por essa ninguém esperava. Depois de um quarto de século, o roedor elétrico mais famoso do mundo (afinal, um outro camundongo mais famoso não solta raios) e seu treinador vão se aposentar. A Pokemon Company anunciou oficialmente, em vídeo, que levará ao ar agora em 2023 o “capítulo final na história de Ash e Pikachu.”
A despedida dos dois começa – pelo menos no Japão – na sexta-feira 13 de janeiro, quando irá ao ar por lá o primeiro dos últimos 11 episódios que terão a dupla como protagonista. Ash Ketchum (que no Japão se chamava originalmente Satoshi, mesmo nome do criador de Pokémon, Satoshi Tajiri) e Pikachu são as estrelas da série desde a estreia do Anime, em 1997.
Na época, Ash foi apresentado como um menino de dez anos, que sonhava em ser um grande treinador de Pokémon – vale lembrar que o nome vem de “Pocket Monsters”, ou monstros de bolso, uma vez que os bichinhos (ou bichões, dependendo da evolução de cada um deles) ficam “armazenados” em pequenas bolas com as quais são capturados. Apropriadamente, chamadas de pokebolas.
Acontece que, apesar de aparentemente não ter envelhecido 25 anos, o garoto efetivamente realizou o sonho de ganhar a Grande Liga Pokémon e se tornou o melhor treinador do mundo, ao vencer o Campeonato da Coroação Mundial no desenho. Agora, então, a última aventura de Ash será se tornar um grande mestre Pokémon, e quem sabe começar a envelhecer…
Os substitutos
Para ocupar o lugar do garoto e de Pikachu, a Pokémon Company, a princípio e a julgar pelo que divulgou no vídeo, optou por dois protagonistas humanos e três criaturinhas. Em vez de um único garoto, após a conclusão dos 11 episódios a série deverá ter uma menina e um menino como estrelas, Liko e Roy – os nomes podem mudar antes do lançamento oficial.
A história deverá se iniciar na região de Paldea, que é onde ocorre a aventura dos jogos mais recentes da franquia, Pokémon Scarlet e Pokémon Violet, lançados para Nintendo Switch em novembro de 2022.
E, para o lugar de Pikachu, estão sendo apontados os três tipos de Pokémon que podem ser escolhidos pelos gamers para iniciar estes últimos jogos, os chamados game starters: Sprigatito, um charmoso gatinho/planta; Fuecoco, um engraçado crocodilo de fogo; e Quaxly, um pato meio narcisista (obviamente, de água).
Filha do Ash?
É claro que logo que a troca de protagonistas foi anunciada pela Pokémon Company, em 16 de dezembro do ano passado (ou seja, há menos de um mês), já começaram a pulular teorias na Internet sobre os novos personagens . E a que está chamando mais a atenção é a que diz que Liko é filha do Ash com Serena, uma das paixões do protagonista, com quem ele já trocou beijos em um dos muitos episódios da série.
A tese dos fãs é que, com a conclusão da participação de Ash e Pikachu no desenho, haverá um salto no tempo para que se inicie a nova série. Ou seja, o mestre Pokémon Ash se tornaria um adulto e ainda apareceria na série, agora como pai da nova protagonista.
Isso porque, especulam os fãs, a personagem tem os olhos de Serena (ok, são parecidos, mas vamos combinar que os olhos das meninas de anime costumam ser bem parecidos mesmo) e a e a presilha no cabelo dela é exatamente igual ao símbolo do boné de Ash na primeira temporada – quanto a essa estranha (?) coincidência, não há dúvida.
Mas, para saber se isso é verdade, os fãs terão que esperar um pouco mais. Será?
Fenômeno Mundial
Os Pokémon surgiram para o mundo em 1996, com o lançamento dos games Pokémon Red e Pokémon Blue, para a plataforma Game Boy, da Nintendo. Os jogos foram desenvolvidos pela Game Freak e a criação dos tais monstrinhos datava do ano anterior, tendo como “pai” o designer de games Satoshi Taijiri.
O conceito dos monstrinhos de bolso era inspirado, segundo ele, na própria infância, quando o autor capturava e colecionava insetos. O jogo misturava uma série de ideias muito atraentes: monstros coloridos e dos mais diversos tipos que “evoluíam” para outras formas conforme ficavam mais fortes, tinham contato com determinados itens ou cumpriam certas condições; o “colecionismo” de ter capturar todos eles; e ainda as batalhas entre as criaturas, nas quais o jogador podia desenvolver estratégias que envolviam o aprendizado de diversos “golpes” (também aprendidos, normalmente, conforme o monstrinho ia ficando mais forte e subindo de nível).
Rapidamente, o jogo – que ganhou novas e mais elaboradas versões com o passar do tempo e a mudança de plataformas da Nintendo (e ainda em apps para celulares) – ganhou as páginas dos quadrinhos, virou cardgame, brinquedos e outros inúmeros itens franqueados.
E, claro, desenho animado (animê) que estreou pela primeira vez em 1997 no Japão – e em 1998 nos Estados Unidos, e 1999 no Brasil. Sem nunca ter sido interrompida, a série animada já teve mais de 1.300 episódios levados ao ar, todos até então protagonizados por Ash e Pikachu.
A despedida da dupla vai poder ser conferida no Brasil – ainda sem data de estreia – na Netflix, que já disponibiliza diversas temporadas e animações de Pokémon. Também deve chegar posteriormente à TV Pokémon . Agora é aguardar para poder ouvir pela última vez: “Pikachu, eu escolho você”
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