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Tintin volta ao Brasil

Por Mateus Passos

Finalmente! Há anos os fãs do repórter belga – que só faz reportagem em duas ou três histórias, mas isso não vem ao caso – precisam desembolsar uma pequena fortuna (60 reais, caro internauta!) para comprar cada aventura do personagem, nos livros em capa dura da portuguesa Verbo, pois as edições Record estão esgotadas. Mas isso deve mudar: a Companhia das Letras anunciou, para o segundo semestre de 2005, o lançamento de ‘Os Charutos do Faraó’ e ‘O Loto Azul’. É o início da republicação de toda a série, com 23 volumes.

Tintim foi criado pelo cartunista belga Georges Rémi (a pronúncia de suas iniciais, R.G., soa como Hergé, palavra adotada como pseudônimo pelo artista) para o ‘Le Petit Vingtiéme’, suplemento infantil do jornal ‘Le Vingtieme Siècle’. Com seu cachorrinho Milou, Tintim foi investigar a União Soviética em ‘Tintim no País dos Sovietes’, cuja trama politicamente tendenciosa foi mais tarde repudiada pelo próprio autor.

Em 1931, o personagem visitou para a África, no ano seguinte os EUA e em 1934 o Egito, sempre em histórias simples, com apresentavam versões caricaturadas dos países e seus habitantes. Aí surgiram personagens secundários presentes em toda a série: a dupla de detetives Dupond e Dupont e o vilão Roberto Rastapopoulos. Tiveram início os álbuns do personagem, com 62 páginas de aventura, ação e humor.

Quando, em 1936, Hergé decidiu dar seqüência a ‘Os Charutos do Faraó’ (no Egito) com ‘O Loto Azul’, ambientada na China, um padre sugeriu ao artista que pesquisasse os países e seus costumes antes de escrever sobre eles. O resultado foi uma visível melhora na qualidade dos enredos e a criação de Chang, jovem chinês com quem Tintim cria fortes laços de amizade.

Seis anos depois, no álbum ‘O Caranguejo das Tenazes de Ouro’, surgiu um dos personagens secundários cujo carisma se iguala (e talvez até supere) ao do protagonista: Haddock, capitão de navio cujos ‘Raios e coricos!’ o imortalizaram entre os fãs da série. De beberrão a aventureiro, o pacífico proprietário do castelo de Moulinsart é uma das mais divertidas presenças da série, ao lado do professor Trifólio Girassol, cientista que é a versão surda do Mr. Magoo.

Em 23 histórias (incluindo ‘No País dos Sovietes’), Tintim e sua trupe foram à Lua, ao Tibete, encontraram remancescentes do Império Inca, participaram de uma revolução na América do Sul e até foram abduzidos por um disco voador.

A trama mais signficativa, para este fã, é ‘As Jóias de Castafiore’, que prova a genialidade de Hergé ao criar uma trama jocosa e envolvente sem precisar de recursos de ação. Última história Em 1983, quando morreu por anemia e insuficiÊncia pulmonar, Hergé estava trabalhando em mais uma álbum da série: ‘Tintin et l’Alph-Art’. A Alph-Art, referência à Pop-Art, é um estilo de esculturas de letras do alfabeto, por trás da qual está uma seita comandada pelo eterno vilão Rastapopoulos.

A história tem 41 pranchas desenhadas por Hergé – nenhuma está arte-finalizada e algumas não passam de esboços. Ainda assim, foi publicada na Bélgica, França, EUA e Portugal. Alguns artistas omram para si o desafio de concluir a história de forma digna. A versão mais elogiada é a do canadense Yves Rodier, encontrada em programas de compartilhamento de arquivos (EMule, BitTorret etc).

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Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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