Djota Carvalho
No final dos anos de 1970, Pateta já era um personagem famoso, mas não passava de um alívio cômico nas HQs de Mickey Mouse. Mas tudo mudou quando o estúdio do quadrinista argentino Jaime Diaz foi contratado pelos Estúdios Disney para produzir uma série de HQs com os personagens da casa.
Surgiram ali uma das melhores sequências de HQs já criadas com o desastrado e ingênuo cachorro que, nas mãos dos desenhistas argentinos e com roteiristas diversos, ganhou o papel principal na hilária série “Pateta faz História” – lançada no Brasil neste ano de 2011 pela primeira vez em um formato padronizado e contendo todas as quase quarenta paródias de personagens históricos e literários produzidas ao longo de duas décadas.
As HQs datam dos anos de 1970 aos de 1990. A primeira leva, produzida pelos estúdios de Diaz, tem uma marca característica além do aloprado Pateta como personagem principal: a ousadia gráfica, com cenas que fogem dos requadros tradicionais mais “quadradinhos”, comuns aos quadrinhos disneynianos, e muito nonsense.
Quem teve a oportunidade de ler vez as histórias há mais de três décadas – aqui no Brasil, em abril de 1978 a Abril lançou uma das primeiras histórias da série, Leonardo Da Vinci, no Almanaque Disney 83 – dificilmente se esqueceu do Pateta Galileu Galilei endireitando tubos de salame e na sequência usando uma “mesa de bilhar cirúrgica” para esvaziar os tais tubos e fazer um telescópio, ou Pateta Colombo descobrindo que o mundo NÃO é redondo… apenas para citar dois exemplo.
Em decorrência do sucesso das primeiras paródias (aqui, por exemplo, as vendas do Almanaque dispararam), a Disney encomendou novas histórias com diferentes homenageados, que foram produzidos até meados de 1990.
É fato que nem todas as mais recentes foram tão ousadas quanto as iniciais em termos gráficos ou mesmo na loucura do protagonista: como Isaac Newton (de 1985), por exemplo, Pateta parece passar alheio pela história em vez de conduzi-la. Em Nas viagens de Vasco da Gama, Pateta é um navegador que nem nome tem e acaba sendo responsável pelas descobertas de Vasco e Cabral – que na história têm caráter bastante duvidoso, diga-se de passagem.
Mas também há maçãs da segunda leva que não caíram longe da macieira, como Gustave Eiffel, de 1985, absolutamente hilária, nonsense (com direito a uma torre Eiffel sendo montada na horizontal “ com dobradiças”), com quadrinhos de página inteira e em diversos formatos e composições, e até mesmo tiradas politicamente incorretas envolvendo famosos franceses.
Assim, somando prós e contras, o fato é que há histórias mais engraçadas e um pouco menos engraçadas, mas sem dúvida alguma todas valem a pena.
As HQs estão sendo lançadas em 20 edições (uma por semana) ao preço de R$ 9,95 cada. Cada volume, com exceção dos números 12, 19 e 20, traz uma história já publicada junto com outra inédita no Brasil (ou inédita em português).
EDUCAÇÃO
Vale lembrar que cada exemplar traz relatos sobre as biografias reais dos personagens históricos ou as obras retratadas por Pateta. Um prato cheio para os professores que estão lecionando sobre os temas abordados nas escolas e podem utilizar as HQs como material de reforço ou para tornar as aulas mais atraentes.
Confira os exemplares da série:
Volume 1: Leonardo Da Vinci / Isaac Newton
Volume 2: Cristóvão Colombo / Johann Strauss
Volume 3: Galileu Galilei / Vasco da Gama
Volume 4: Beethoven / Daniel Boone
Volume 5: Benjamin Franklin / Gustave Eiffel
Volume 6: Dr. Frankstein / Cleópatra
Volume 7: Louis Pasteur / Dom Quixote de La Mancha
Volume 8: Gutenberg / Casanova
Volume 9: Marco Polo / Goethe
Volume 10: Ulisses / Aníbal
Volume 11: 20.000 Léguas Submarinas / P.T. Barnum
Volume 12: O Homem Invisível / Ascensão e Queda do Império Romano
Volume 13: Arquimedes / Hércules
Volume 14: Rei Arthur / Ali Babá
Volume 15: Tutancâmon / Rip Van Winkle
Volume 16: Genghis Khan / Antonio Stradivari
Volume 17: Guilherme Tell / Robinson Crusoé
Volume 18: Rei Midas / O Médico e o Monstro
Volume 19: A Volta ao Mundo em 80 Dias / Aladim
Volume 20: Teatro Disney (Completo)
Comentar