A revista do Espírito-que-Anda
O ano de 2002 foi ao mesmo tempo empolgante e decepcionante para os fãs do Fantasma. Empolgante porque a Opera Graphica lançou vários títulos do herói nas bancas. Decepcionante porque nenhum deles cumpriu a periodicidade prometida, o que deixou na mão os fãs que esperavam ansiosos por mais aventuras do herói criado por Lee Falk. Ao que parece, porém, a decepção acabou neste último mês do ano, com o lançamento de Fantasma Magazine.
Pelo menos é o que prometem os editores. Segundo eles afirmam na Magazine, os títulos Fantasma Coleção e Fantasma Pocket não vão mais circular. No entanto, Fantasma Crônicas (que traz as aventuras dos pelo menos 20 Fantasmas que antecederam o senhor Walker na função) será bimestral e a nova Fantasma Magazine será encontrada regularmente nas bancas – pena que não esclareçam o quão regularmente, mas já é um começo.
Fantasma Magazine é, de fato, melhor dos que as edições anteriores lançadas pela própria Opera. Traz quatro histórias longas e completas (50 páginas em branco-e-preto, a R$ 4,50), de diversas épocas do herói. E, diga-se de passagem, todas muito bem selecionadas pelos editores. Neste primeiro número, por exemplo, o leitor acompanha "A Estrela de Bangala", publicada originalmente nas páginas dominicais dos jornais americanos de 30 de julho de 1978 a 5 de novembro daquele mesmo ano, escrita por Lee falk e com arte de Sy barry, considerado pelos especialistas como o melhor desenhista do Espírito-que-Anda até os dias de hoje.
Na seqüência, uma HQ também publicada nos jornais no ano de 1975, conta a história do primeiro Fantasma. Ou sjea, nesta história, o leitor fica sabendo quem foi o primeiro senhor Walker, um navegante que viajou com Cristóvão Colombo e que foi morto na frente de seu filho , que então faz o famoso juramento de combater a pirataria e os criminosos – juramento este repetido pelos seus sucessores nos próximos 400, quase 500 anos.
Na seqüência, "A História dos Bandar" (publicada nos jornais de janeiro a abril de 1969) mostra como o primeiro Fantasma ficou amigo dos pigmeus e conta como surgiu o uniforme, uma tentativa de intimidar uma tribo de nativos gigantes imitando as roupas de um (!) Deus local. A história é simplesmente imperdível para os fãs e também para quem tem interesse em saber mais sobre o herói.
Por fim, completa a série uma história inédita no Brasil e bem mais recente, escrita por Falk e desenhada por Sy Bary e André Le Blanc entre 1991 e 1992. Trata-se de O Gigante Rei Bongong, uma divertida aventura do atual senhor Walker na qual ele enfrenta um inimigo bem diferente. Esta última HQ conta com a participação de toda a família do Fantasma: Diana Palmer e os gêmeos Kit e Heloise. Se isso tudo não bastar, a tal magazine traz ainda um atrativo a mais: uma discrição da dinastia dos Fantasma, elaborada por Dedy Edson, dono da maior coleção do Fantasma no Brasil e autor do segundo maior portal do personagem no mundo. Velho Ditado da Selva: ler o Fantasma é mais legal do que dez tigres. Ou coisa parecida…
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