Contra o Mundo!

Hulk esmaga homenzinhos!

Ele é verde, está bravo e pretende esmagar um monte de homenzinhos. É claro que estamos falando do Hulk. Não do filme que está nos cinemas – com direito a favela brasileira e participação do Homem-de-Ferro –, mas sim da macrossérie Hulk contra o Mundo, na qual o gigante esmeralda promete abalar os alicerces do universo Marvel.

Caso você tenha ficado de fora dos últimos eventos Marvel, tudo começou quando algum tempo atrás todos os grandes heróis da Marvel se enfrentaram numa tal Guerra Civil -aquela que teve de um lado o Homem-de-Ferro e do outro o Capitão América, que por sinal acabou morrendo. Bem, nem todos os heróis participaram da guerra: Hulk ficou de fora.

Isso porque um grupelho de heróis auto-denominados Illuminati – Homem-de-Ferro, Doutor Estranho, Reed Richards e Raio Negro (Namor também fazia parte, mas tirou o copo fora na hora certa) – agiu de forma nada heróica. Temendo que o Hulk lutasse contra eles, o grupo simplesmente mandou o Verdão para o espaço. Hulk foi parar num planeta cheio de monstros e guerreiros terríveis, onde acabou formando um exército para derrotar um tirano.

Depois, virou rei do planeta e casou com uma linda guerreira que estava esperando um filho dele, o primeiro bebê verdinho que se tem notícia. Só que os tais “heróis” colocaram uma bomba na nave do Hulk, que explodiu e acabou com todo mundo no planeta, menos ele (que é indestrutível) e seu exército particular, que estava em uma espaçonave. E agora, adivinhe? Hulk tem uma nave na mão, um exército e muita, muita raiva.

O Verdão está a caminho da Terra para se vingar e, desta vez, além de ter um time de exímios guerreiros, tem uma causa justa e muita inteligência (aquele Hulk do cinema, que só berra e bate, é coisa do passado remoto das HQs). A série Hulk contra o Mundo vai ser publicada em seis edições próprias (duas já estãonas bancas, a R$ 5,90) e vai afetar todos os títulos dos gibis Marvel. Há rumores, inclusive, que muitos heróis não resistirão aos punhos do chamado Gigante Esmeralda.

O primeiro número (que tem como sub-título “O Quebra-Mundos”), por sinal, traz flashbacks bacanas, nos quais Hulk e outros personagens lembram-se de fatos antigos e, quando eles são mostrados, tudo aparece aparece como eram desenhados beeeem antigamente: Hulk mais quadradão e com cara de Frankstein, Homem-de-Ferro na sua armadura amarela inteira com cara de robô de filme japonês antigo e por aí vai.

O lado ruim da macrossérie é que, se você acompanhar só os títulos Hulk contra o Mundo fica sem algumas informações. Por exemplo, no número um a Mulher-Hulk está sem poderes, no dois já os recuperou (o que acontece em outra revista). Ao mesmo tempo, dá pra se sentir meio enganado comprando todos os títulos, por causa de histórias redundantes. A HQ de capa dos Vingadores deste mês, por exemplo, é praticamente a mesma do segundo número de Hulk contra o Mundo, com algumas cenas a menos.

Fora isso, o pau está comendo. Ainda que fosse interessante que os roteiristas tivessem detalhado mais a briga do Verdão contra o Raio Negro, por exemplo, a luta contra Tony Stark está muito bem feita. A questão que fica é como tudo isso vai terminar. Afinal, os quatro heróis da terra foram verdadeiros genocidas e merecem ser punidos. Ao mesmo tempo, Hulk está mais forte do que nunca e, sinceramente, não há nenhum “homenzinho” (nem “mulherzinha”) na Terra capaz de detê-lo.

Supõe-se que a Marvel não pretende ficar sem seus heróis peso-pesado, mas é bom que os roteiristas venham com um final convincente para a história e respeitem os leitores: nada de mudar o passado, mandar o Hulk para um universo paralelo ou imbecilidades parecidas que já foram usadas antes por pura falta de um fim inteligente.