Brakan, o ‘irmão’
de Conan
Se você acha que o "Dr. Albieri" da novela das oito (aquela que passa às 21, 21h30…) foi o primeiro brasileiro a fazer um clone, a Ophera Grafic está disposta a mostrar que você está errado (ou errada). Mozart Couto, um brasileiro de muito talento, já clonou um ser humano em 1986. E que ser humano: ninguém menos que Conan, o Bárbaro…
Brincadeiras a parte, Couto criou em 86 o personagem Brakan, inspirado no universo do bárbaro troglodita interpretado no cinema por Arnold Schwarzennegger. A série foi desenvolvida para a Press Editorial, mas acabou ficando engavetada – aqui no Brasil, é bom dizer, já que "Brakan, o Bárbaro Vingador" teve suas aventuras lançadas em um álbum na Europa. A série chegou a ser apresentada no ano passado para a Editora Abril, com o objetivo de ser publicada justamente na revista A Espada Selvagem de Conan.
Mas a coisa não funcionou, ainda mais porque em dezembro a Abril resolveu parar com a revista (por quanto tempo é um mistério, como qualquer conanmaníaco que depende da editora já sabe…)
Sorte da Opera Graphica. E sorte dupla: primeiro porque os conanmaníacos estão orfãos de seu herói e a procura de um substituto. Segundo porque, como Conan está fazendo 70 anos (e aparentemente os direitos do herói continuam nas mãos da Abril), a Opera aproveitou para fazer uma homenagem ao truculento bárbaro. Ou seja, além de lançar uma avebtura-piloto de seu "clone", colocou na revista umagrande -e bela – reportagem sobre Conan, com especial atenção a John Buscema, artista recém-falecido que consagrou o bárbaro dos gibis e principal referência gráfica de Mozart Couto quando ele trabalha neste gênero.
Brakan é um guerreiro ankhoriano que luta contra os bruxos da Seita Negra, liderada por Drustas, um poderoso feiticeiro que transforma seus guerreiros em poderosas criaturas monstruosas. No primeiro combate apresentado na revista, Brakan é ferido gravemente no rosto, perdendo a visão do olho esquerdo. E ao voltar para casa o herói vê sua mulher Helga ser seqüestrada por uma criatura alada, a mando do vilão.
Logo, Brakan é contatado por Danna, uma feiticeira inimiga do bruxo, que quer vingar-se de Drusdas porque ele faz uso do Cetro Negro, importante artefato mágico que o vilão tomou do pai da feiticeira ao matá-lo. Brakan e Danna caem em várias armadilhas preparadas pelo poderoso bruxo e defrontam-se com grandes perigos e monstruosidades até o final surpreendente desta aventura de estréia.
Mozart Couto é um renomado autor de quadrinhos em todos os gêneros, mas que tem particular preferência por aventuras de “espada e feitiçaria” como a de Brakan, Ambrak, Hyania e Am-Thar, entre outras de suas criações no gênero. E, como afirma o release da Opera e os leitores podem conferir, "é um excepcional desenhista e estudioso de anatomia".
Couto também lançou recentemente o álbum Mozart Couto – Desenhando Arte Fantástica, obra de referência para desenhista iniciantes que você verá comentada por aqui muito em breve. O roteiro de Brakan foi escrito por Julio Emilio Braz, autor de 105 livros para-didáticos, que batalha pelos quadrinhos desde o início dos anos 80.
A revista Brakan – O Bárbaro Vingador tem formato 20,5 x 27,5 cm , 48 páginas em preto e branco, com capa em cores e um precinho camarada: R$ 3,90.
EM TEMPO: Conforme nos informa Ricardo Quintana, a Editora Mythos, que assumiu os direitos de Conan, o Bárbaro, está acusando Brakan de ser um plágio e emitiu o seguinte comunicado:
"Recentemente, foi colocada à venda nas bancas, uma revista chamada Brakan. Informamos que se trata de um plágio por outra editora e que a edição não está autorizada a levar a marca ou a imagem de Conan na capa. Só a revista Conan, O Bárbaro, publicada pela Mythos Editora, pode publicar as aventuras do Cimério criado por Robert E. Howard. A Mythos Editora agradece aos leitores que expressaram sua preocupação sobre o assunto e aproveita para informar que a revista Brakan já está sendo recolhida. Conan, O Bárbaro #2 chega às bancas em março, trazendo as histórias publicadas originalmente em Conan The Barbarian 22 e 23. E ainda, a sensacional estréia da seção de cartas da revista".
Franco da Rosa, um dos editores da Opera, comentou que lamenta muito o incidente, mas que não vai retirar a revista das bancas, afirmando que a Opera Graphica tem procurado fazer um bom trabalho, com diversos lançamentos, principalmente de artistas nacionais. "Não quisemos prejudicar ninguém. A editora pretendia apenas aproveitar o vácuo deixado com o cancelamento da revista A Espada Selvagem de Conan, da Editora Abril, para publicar este material, que atingiria o mesmo tipo de leitor", disse. "Além disso, o lançamento deveria ter acontecido em janeiro, para coincidir com o aniversário de 70 anos de publicação de Conan, tanto que foi preparada uma matéria especial sobre o personagem, com a chamada de capa que causou toda essa confusão".
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