…mas agora está, em uma bela graphic novel do cartunista Custódio
Peça a um aluno de uma escola brasileira para que cite um personagem nacional histórico símbolo de coragem e com certeza a resposta será Tiradentes, Duque de Caxias, Dom Pedro ou, quem sabe, a princesa Isabel. Dificilmente o nome de Anita Garibaldi será citado. Apesar de ser reconhecida em dois países – Brasil e Itália – e de dar nome a pelo menos duas cidades no Rio Grande do Sul (Anita Garibaldi e Anitápolis), a moça tem pouco conhecimento nacional e, se algum aluno lembrar do nome, provavelmente será mais fácil relacioná-lo ao personagem de Giovana Antonelli na série global “A Casa das Sete Mulheres” do que a pessoa real. Uma injustiça histórica cujo combate acaba de ganhar um importante reforço: Anita Garibaldi, o nascimento de uma heroína, versão em quadrinizada da juventude da moça produzida pelo cartunista Custódio.
Fruto de três anos de trabalho árduo do cartunista – divididos entre pesquisa, roteiro e desenhos – a graphic novel já recebeu prêmio da Secretaria de Cultura de São Paulo e é forte candidata a integrar urgentemente o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), que a cada ano amplia o número de obras em quadrinhos de seu acervo – ciente da eficiência da chamada linguagem em arte seqüencial como ferramenta de aprendizado.
“A morte de Ana completou 162 anos em 4 de agosto e ela já foi tema de dezenas de obras, mas é a primeira vez que a vida da personagem é tratada na linguagem e quadrinhos. A este fato inédito, junta-se também o fato de que a misteriosa infância de Anita, com o ambiente sócio-político da época, nunca ter sido objeto de obra exclusiva”, diz Custódio.
Nascida em Morrinhos, Laguna (RS), em 30 de agosto de 1821, Ana Maria de Jesus Ribeiro ganhou fama ao unir-se na Guerra dos Farrapos com o revolucionário Giuseppe Garibaldi – com quem veio a ter quatro filhos. De coragem ímpar, Anita participou ativamente ao lado do marido (casaram-se oficialmente em 1942). Além de Farrapos, Anita teve presença ativa na proclamação da República Romana, em 1849. Faleceu em agosto daquele mesmo ano, em virtude de complicações de uma gravidez ocorridas quando ela e Garibaldi fugiam do exército austríaco – o marido só conseguiu recuperar o corpo da esposa e sepultá-lo em Nice (França) dez anos depois. Anita foi sepultada em definitivo na cidade de Roma.
Cartunista premiado, Custódio pesquisou a história a fundo para fazer a HQ. A evolução do projeto, inclusive com os estudos das fotos e quadros reais que levaram aos rostos quadrinizados, pode ser conferido no site criado por ele justamente para mostrar todo o trabalho: www.anitagaribaldi.com . O resultado é magnífico e deve ajudar a popularizar um pouco mais a mulher brasileira que se tornou um símbolo de coragem que, graças ao cartunista paulistano de 42 anos, agora está no gibi.
O preço de lançamento do álbum é de R$ 20,00. Mais informações pelo e-mail: custodio@custodio.net .
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