Quebra-Queixo

Em 1983, o quadrinista Marcelo Campos começou a trabalhar despretensiosamente em um personagem anabolizado, uma espécie de herói futurístico chamado Quebra-Queixo. Campos, um “artista exportação”  que já trabalhou em várias editoras e revistas brasileiras e americanas – tem no currículo HQs que vão de Faustão e He-man a X-Men – decidiu fugir um pouco do padrão para criar o personagem, que lembra um pouco o estilo desenho animado quadradão de Paul Dini em Batman e Superman, The Animated Series.

O autor (que foi sócio da Fábrica de Quadrinhos e do Quanta Studios, em São Paulo) fez várias histórias do herói, tanto em roteiro quanto desenho, mas também chamou desenhistas convidados para dar vida a Quebra-Queixo em algumas aventuras – entre eles Jefferson Costa, Fernando Cintra, Waldomiro Vitorino, Weberson Santiago e Rael Lira.

QQ, como é conhecido, não é um personagem bestseller, mas tem vários fãs famosos no Brasil e no Exterior. Por aqui foram publicadas algumas aventuras, entre as quais um oneshot da Brainstore e a série Quebra-Quexo: Technorama (Devir).

Enredo

Em uma cidade futurística que mais lembra um game estilo Quake, violência e corrupção é a ordem do dia. Uma eterna guerra de gangues transmitida pela TV – com direito a bolsa de apostas para os cidadãos da modernosa Nova Fronteira – é a grande atração de algo que poderia ser definido como o próximo passo da televisão.

Quebra-Queixo, um cara gigantesco com partes robotizadas distribuídas a granel pelo corpo é o grande alvo da gincana, afinal quem matar um cara deste tem que ganhar mais pontos. Claro que quem acaba ganhando pontos, ou pelo menos detonando o inimigo,  é o próprio QQ.

Resumão da história: herói grandalhão matando todo mundo, muito sangue e porrada e, ah sim, trigêmeas loiras seminuas que ajudam QQ a “se recuperar” de maneiras pouco ortodoxas.

Personagens

Caixa-Embrião – Não é exatamente um personagem e sim uma maravilha tecnológica para onde levam QQ quando ele é mortalmente ferido. Da mesma forma, o Vagão do QQ também não é exatamente vivo, mas tem participação ativa na HQ. Trata-se de uma espécie de “Quebraqueixomóvel”, um trem imenso que, quando está a serviço levando ou buscando o herói, passa pelas vias da cidade apitando feito um louco para que os moradores se desviem dele.

Ev, Iva e Ava Kerouack – as trigêmeas psicólogas gostosonas que adoram dar uma mãozinha – e constantemente bem mais que isso – ao herói quando ele está meio acabado. E quando ele não está acabado também.

Sebastião Sapão – Apesar do nome e do visual , trata-se um gênio da tecnobiomecanologia que lidera a Força Zero.

Curiosidade – Mas eu estava só brincando

Apesar de ter ganho certa fama entre profissionais e público especializado, QQ não é um projeto sério de Marcelo Campos.

“Ele não é pra ser levado a sério. Fiz apenas como uma grande brincadeira, só para me divertir”, conta.

Realmente, as HQs de QQ parecem não se preocupar tanto com roteiros coesos e sim com porradas e mulheres seminuas. Enfim, como diz Campos, é apenas uma HQ despretensiosa. E ninguém aqui está reclamando, certo?

Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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