Além da imaginação?
Luther Arkwright, título lançado nesta terça pela Via Lettera, lembra bons seriados de ficção científica… ou será o contrário?
Talvez você já tenha visto alguma coisa parecida: um sujeito com o poder de viajar em várias dimensões paralelas e, em cada uma delas, a história do mundo aconteceu de uma forma diferente. Ele, e apenas ele, é o único elemento de ligação entre estas dimensões. Sliders? Quantum Leap? Além da Imaginação? Não, trata-se de As Aventuras de Luthor Arkwrigth, HQ que a Via Lettera lança nesta terça-feira no Brasil.
Antes que alguém se pergunte, não se trata de um plágio e sim de um tema comum na ficção científica que dá os mais diversos frutos. E, nas mãos do inglês Bryan Talbot, o fruto é dos melhores.
A HQ de Talbot apareceu pela primeira vez em formato de série, na revista inglesa Near Myths, especializada em sci-fi (Ficção Científica), em 1978. Luther é uma espécie de agente que presta serviços a uma equipe especial, localizada na "paralela 00.00.00".
Única pessoa que não tem contrapartes em nenhuma dimensão, ele é o homem ideal para viajar entre realidades paralelas de diversas dimensões – em uma delas, por exemplo, a dinastia do do ditador Oliver Cromwell persiste até o século XX na Inglaterra e os Estados Unidos não se libertaram do domínio inglês (ao menos não como ocorreu em "nosso" mundo) . Em outra (clássica!!!), Hitler e os alemães venceram a II Guerra Mundial.
Luther, no entanto, é parte de todas as histórias, sempre cumprindo missões essenciais para que o mundo não desande, que incluem o assassinato de alguns personagens históricos, iniciar rebeliões que deveriam (ou não) ter ocorrido e por aí afora. Tudo vai bem até que surgem os vilões, chamados de dilaceradores (por que será…), tomam posse da Opala Flamejante, um artefato que pode destruir todas as realidades de uma só vez e ativam a bagaça.
Cabe a Luther salvar as dimensões e o mundo. Tudo isso em um roteiro muito bem amarrado e cheio de insinuações e críticas à política inglesa e à Igreja – o que aliás é uma característica marcante dos argumentistas ingleses (vide Alan Grant, por exemplo).
Por sinal, diz-se que Talbot e seu Luther Arkwright serviram de inspiração para Alan, Grant Morrison, Warren Ellis e Neil Gaiman, entre outros. E teria inspirado também algumas das séries televisivas sobre o assunto… ou teria sido o contrário? Qualquer que seja a resposta, vale a pena ler as 120 páginas de Luther Arkwright. Afinal, os roteiros britânicos são exatamente como a famosa pontualidade daquele país: não falham.
A propósito, se você estiver passando por São Paulo na terça-feira 5 de dezembro, pode conferir de perto o lançamento na Piola (Praça Vilaboim, 49 – São Paulo – SP). O evento começa às 19h30. Pontualmente.
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