Safiri: a princesa…
e o cavaleiro
por Takanobu Sama *
Foi só citar o antigo anime A Princesa e o Cavaleiro na última coluna para que chegassem dezenas de e-mails comentando o antigo desenho exibido aqui no Brasil pela Rede Record e pedindo um artigo sobre ele. Apesar da revista Henshin recentemente ter escrito uma boa reportagem sobre o desenho (para quem quiser ver, está na revista número 4), nunca é demais falar sobre este clássico, então vamos lá:
A Princesa e o Cavaleiro foi criado inicialmente como Mangá (ou seja, história em Quadrinhos japonesa) em 1953 por Osamu Tekusa, conhecido como "Walt Disney japonês"devido ao sucesso mundial de suas criações (que incluem, entre outros, Astro Boy e Kimba, o Leão Branco). A série fez um tremendo sucesso e impulsionou as vendas da revista Nakayoshi, onde a HQ era veiculada com o nome original de "Ribon No Kishi" (a tradução aproximada desta mistura de inglês e japonês é "Príncipe de Lacinho").
Em 1967, a Mushi Productions resolveu transformar o mangá em desenho animado e assim surgiu o anime que foi o maior suceso por aqui e também nos Estados Unidos, na década de 70. O enredo de A Princesa e o Cavaleiro é bem legal: em algum lugar da Europa medieval a paz reina na Terra de Prata (Silverland, no original). Mas o problema começa quando o rei e a rainha têm uma filha em vez de um filho. Reza a tradição que um menino deve nascer para se tornar rei e com o nascimento da princesa, chamada Safiri, o malvado primo do rei, chamado Duque Duralumínio, pode tomar o poder.
Para evitar que isso aconteça, o rei anuncia publicamente que Safiri era um menino. Enquanto isso, lá no céu, um anjinho chamado Ching vê a cena e manda para o bebê um coração azul, de menino, por achar que houve alguma confusão (Safiri passa a ter então dois corações, um azul e um rosa, de menina).
A princesa cresce sempre escondendo que é uma menina e se torna uma hábil cavaleira e espadachim (ajudada, talvez, pelo coração azul), e vive tendo de se livrar das armadilhas do Duque e de seu assistente, o narigudo Nylon.
Mas quando faz 12 anos, é encontrada por Ching, que havia sido expulso do céu pela trapalhada que fez e havia passado todo esse tempo procurando por ela para levar o coração de volta. Comovido pela situação de Safiri, no entanto, o anjinho resolve protelar sua missão para ajudá-la.
A partir daí começam mesmo as aventuras, nas quais o Duque Duralumínio faz de tudo para desmascarar Safiri. Surgem ainda outros vilões, entre os quais o próprio Satã que, ao saber que o "príncipe" também tem um coração de menina, tenciona roubá-lo para dar à sua filha Heckett, uma demonizainha sem coração.
Em suas aventuras, Safiri acaba conhecendo o príncipe Franz, da Terra do Ouro, e se apaixona por ele. Após viverem juntos várias aventuras, ele acaba descobrindo que Safiri é uma menina. Infelizmente, o Duque Duralumínio também.
Desta forma ele mata o rei e assume o comando do reino, mandando Safiri e a mãe para uma torre distante. Aí a história fica ainda melhor: mesmo sob constante vigilância, Safiri consegue sair da Torre várias vezes para tentar desfazer as maldades do Duque, disfarçada com uma máscara estilo Robin (do Batman) e usando o nome de "Cavaleiro Vingador".
Em um determinado momento, porém, chegam mais vilões e formam a "Unidade X" e começam a destruir meeeesmo o reino. Duralumínio chega a ser morto por seu asistente Nylon, com a ajuda do temível ‘Homem-de-Ferro’, e as coisas estão cada vez piores.
Ching, porém, consegue avisar Franz do destino de Safiri e os dois, juntos, descobrem um artefato mágico que lhes dará força para enfrentar os bandidos: um machado místico forjado com metal dos lendários Sinos da Justiça. Safiri vence os bandidos e de quebra ainda vê seu pai ser ressuscitado por uma intervenção divina. Ela se casa com Franz, os reinos são unificados e Ching volta para o céu com o coração azul, afinal Safiri e Franz se tornaram rainha e rei de ambos os reinos e não há mais porquê esconder que ela é menina…
Tudo termina bem e pode ficar melhor ainda: quem quiser poderá rever a Princesa Safiri em casa, no vídeo, e ainda ouvir a trilha sonora. A Intermovies lançou no Brasil quatro fitas de A Princesa e o Cavaleiro (pergunte por elas na sua locadora favorita) e, no Japão, acaba de sair uma coleção de quatro CD’s com a bela trilha sonora – por enquanto, só encomendando em uma locadora.
Legal, não? Bem, por hoje é só.
Sayonara!!!
* Taka Sama tem três corações: um azul, um rosa e um verde metálico.
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