O ursinho Pooh – ou Puff, para os mais velhos – é fêmea e nasceu no Canadá. Talvez você tenha ouvido falar essa bobagem que levou muita gente a achar que uma parte de sua infância nunca mais seria a mesma. Não se preocupe, isso é tudo besteira.
Mas, ao contrário de diversas lendas que circulam pela Internet e além, esta tem uma origem bem definida. Tudo começou em novembro de 2015, graças a certas manchetes apelativas que saíram no mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil. Confira algumas delas:
Veja: Transgênero? Ursinho Pooh é, na verdade, fêmea
O Globo: Livro infantil revela que ursinho Pooh é fêmea
Capricho: Novo livro revela que Ursinho Pooh é na verdade uma garota

Então vamos lá: em 1924, Milne publicou um poema chamado Teddy Bear (urso de pelúcia) no qual havia um ursinho chamado Edward Bear. O dono do ursinho no poema era inspirado no filho de Milne, Christopher Robin, e o próprio ursinho no brinquedo real do menino, que o chamava de Edward.

A ursa pertencia ao tenente canadense Harry Colebourn, bisavô da autora, que a adquiriu em 1914 e batizou-a como Winnie em homenagem à cidade canadense de Winnipeg – tempos depois, o animal foi doado por Colebourn ao zoo de Londres.
Cabe aqui um parêntese: apesar de o militar ter escolhido como uma homenagem à cidade, o nome próprio “Winnie” existe e é unissex. Ou seja, ele é utilizado tanto para mulheres – como apelido/variante de Edwina, Winifred, Gwendolyn, Guninevere ou Wynne (talvez alguém se lembre de Gwendolyn “Winnie” Cooper, da série Wonder Years) – quanto para homens. Neste último caso, é o apelido de Winston, Edwin, Darvin e Wyn, entre outros (o presidente inglês Winston Churchill, por exemplo, era chamado de Winnie pelos mais próximos).

Mesmo em inglês, ora ele é chamado de Winnie the Pooh, ora de ursinho Pooh (Pooh Bear). E, surpresa das surpresas, o nome Pooh foi dado em homenagem a outro animal que pai e filho conheceram. Para ser exato, um cisne chamado Pooh. Importante notar que a palavra “pooh”, na língua inglesa, é uma interjeição que significa “desdém” ou “descrença”.
Mas, no final das contas, talvez seja melhor não contar pra certas mídias tudo isso. Porque, se elas ficarem sabendo, corre-se o risco de a próxima manchete ser “Transgênero e trans espécie: além de fêmea, ursinho Pooh é um cisne desdenhoso e descrente”…




Comentar