Em 2009, cinquenta artistas brasileiros foram unidos em um belíssimo álbum em homenagem aos 50 anos de carreira de Maurício de Sousa, o MSP50 – cada um teve liberdade total para desenhar e criar histórias com o personagem que quisesse. A iniciativa deu tão certo que o projeto virou trilogia, e nos anos seguintes vieram MSP+50 e MSP novos 50. Tudo o que é bom chega ao fim, mas pode deixar frutos e foio que aconteceu: os “filhos” do projeto MSP irão nascer neste ano de 2012: a coletânea Ouro da Casa e as primeiras quatro Graphic Novels com personagens de Maurício .
O parto do Ouro da Casa já tem data e local marcados para ocorrer: o lançamento ocorrerá na Bienal do Livro, em São Paulo, no mês de agosto. Trata-se de um filho parecido com o pai: quase 70 artistas produziram HQs livres com os personagens. A diferença, porém, é que são artistas que trabalham para os estúdios de Maurício de Sousa. São prata da casa ou, neste caso, ouro.
“O Ouro da Casa é um projeto que existe desde a época do MSP 50. Afinal, quem trabalha aqui também queria mostrar suas versões dos personagens”, diz Sidney Gusman, coordenador de projetos especiais da MSP produções.
No livro estão trabalhos de roteiristas, desenhistas, artefinalistas, diretores de arte e até a filha de Maurício, Marina (que pra quem não sabe, é uma tremenda desenhista e roteirista das boas). Todos com liberdade total não só de roteiro, mas também de forma – dizer traço não seria correto, afinal o roteirista Flávio Jesus, por exemplo, fez uma HQ estrelada por Maurício e seu cãozinho Cuíca totalmente em massinha.
Já as graphic novels começam a ser lançadas no segundo semestre. De início são quatro, ainda sem nomes divulgados, elaboradas por grandes feras. Danilo Beyruth – o genial autor de Necronauta – fez Astronauta, Shiko faz Piteco , Gustavo Duarte ficou com Chico Bento e Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi , Turma da Mônica. “Já estou pautando os próximos quatro autores”, antecipa Gusman.
Ele explica que cada Graphic Novel virá num álbum individual, de em média 72 páginas. “Cada história com começo, meio e fim, com a mesma liberdade que os autores tiveram nos MSP 50. Devidamente editados por mim, claro, pra não rolarem excessos”, diz.
Excessos? Ah, sim, um aviso aos navegantes: Graphic Novels são em geral histórias mais maduras, mas isso não significa uma “temática adulta” no sentido de violência, sexo, etc. Não se trata de uma linha “Maurício Max”, ainda que muitos fãs de Tina sonhem com certas HQs…
“A proposta é rigorosamente a mesma dos MSP 50: pode haver releituras, mas sem ultrapassar limites que são quase uma marca do trabalho do Mauricio. Afinal, como ocorreu com os MSP 50, é fatal que crianças comprarão as graphic novels”, diz Gusman.
Como se vê, filhos geralmente são parecidos com os pais… o que é muito bom para a grande família dos leitores.
(publicada em 27 de maio de 2012)
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