E a Marvel mangazou…

Mundo HQ

A mangazada da Marvel

Mangás, animes (nome dado aos desenhos animados japoneses) e seriados japoneses fazem sucesso no Brasil há muito tempo. Que o digam National Kid, Super-Dínamo e Lobo Solitário, apenas para citar alguns exemplos que j’;a se incorporaram a nossa cultura desde os remotos idos dos anos 50 e 60. A atual onda de desenhos e quadrinhos japoneses (ou brasileiros no estilo japonês) , porém, é um verdadeiro maremoto. Títulos como Dragon Ball, Samurai X, Gunn, Holy Avenger, Genn Pés-Descalços, Pokémon, Digimon, Videogirl Ai, sakura Card Captors e dezenas de outros invadiram televisões e bancas nacionais na década de 90 e neste início dos anos 2000, vendendo como água. Aproveitando a onda, a Marvel Comics, uma das maiores editoras de Super-Heróis do mundo, lançou uma versào mangá de seus mais famosos ‘filhos".

O Mangaverso Marvel já pode ser encontrado nas bancas brasileiras, a R$ 2,90. Usando desenho em traço mangá, os pessoal da editora recriou ícones do universo Marvel, como Homem-Aranha, Hulk, Quarteto Fantástico e por aí afora. E a reformulação não parou no desenho: a origem e até mesmo o sexo de alguns personagens foram mudados.

 

Cientes de que o Mangá atrai bastante a leitura de pessoas do sexo feminino, a Marvel decidiu investir em heroínas fortes para cativar mais este público. Assim, o Homem-de-Ferro é, no Mangaverso, uma "Garota-de-Ferro", chamada de Antoinette Stark, irmã do alterego original do herói.Da mesma forma, o Quarteto Fantástico tem – além de Sioux Storm (versão mangá de Sue Storm Richards, a Mulher-Invisível) – uma Tocha Humana do sexo feminino, Jonatha Storm.

Há várias outras mudanças nos argumentos originais, como, por exemplo, o fato do Capitão América ter se tornado o presidente dos Estados Unidos, do Quarteto Fantástico ter seus poderes associados a armaduras tecnológicas ou ainda de Nick Fury, o agente da SHIELD, ser negro.

 

Também pode ser notado nas histórias o humor característico dos mangás, com personagens virando crianças em certas cenas e erguendo o deo médio para amigos e inimigos em outras, bem como o erotismo/graça erótica típico de algumas HQs japonesas.

 

Assim, Vespa deixa o Dr. Bruce Banner caidinho por ela em seu uniforme revelador (e após cair em cima dele em uma cena com ângulos privilegiando seus dotes), a Garota-de-Ferro toma banho em um módulo transparente que só cobre pontos estratégicos e os seios avantajados e uniforme sumário de uma vilã demônio se tornam alvo de frases feitas e piadas sem graça do Motoqueiro Fantasma e seu irmão. Tudo como o leitor de quadrinhos japoneses gosta. Resta saber se o leitor brasileiro de heróis americanos agora orientalizados vai gostar… e viva a globalização !

Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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