Angry: judô dá jeito na raiva de ruivinho nervoso, mas não em triângulo amoroso

Mundo HQ

 

 

Um garoto ruivo desajustado encontra na prática do esporte uma forma de canalizar a raiva, se torna melhor e mais disciplinado com o passar do tempo e ainda se vê envolvido em um triângulo amoroso – tudo isso desenhado no tradicional traço do oriente. Se a descrição parar por aí, o leitor poderá achar que se trata do excelente Slam Dunk, mangá lançado no Brasil pela Conrad em 2005. Mas trata-se de outro mangá da Conrad, ou melhor, um manhwa (nome dado às HQs coreanas): Angry, de Yoo Kyung Won (roteiro) e Kim Jae Yeon (arte).

 

 

 

As coincidências são muitas, mas acabam por aí. Enquanto a HQ japonesa sobre basquete tem um apelo forte de ação e humor, a coreana é bem mais forte no drama. Suk Dong-Min, o ruivinho, morava com o irmão mais velho depois de ter sido abandonado pelos pais. Um dia, vestindo o quimono, o rapaz se suicida e deixa Dong-Min sozinho no mundo. Mas isso o leitor só descobre no desenrolar da história.

 

 

 

 

Antes disso ele verá o garoto extremamente raivoso levado pelo jovem e moderninho padre que toma conta de um orfanato a uma competição de judô de uma escola particular. Lá Dong-Min vence a todos, com os golpes supostamente aprendidos em HQs. Entre os derrotados está a até então imbatível Cho Haseo, que havia prometido se casar com quem a derrubasse.

 

 

 

A partir de então a vida da menina de 15 anos fica bastante confusa, ainda mais quando o melhor amigo e eterno candidato a namorado Lee Yunki descobre a presença do agora rival e até retoma a prática de judô – que havia abandonado depois de se meter de propósito em encrencas para repetir o ano… e permanecer perto de Haseo.

 

 

 

 

Para o drama ficar ainda mais intenso (parece novela mexicana e não coreana), o padre e o treinador da escola são bem mais do que parecem e tudo indica que a mãe de Haseo teve um caso com o lutador de judô que é pai de Dong-Min. Há indicações, portanto, que os dois podem ser meio irmãos e que o triângulo amoroso gerado pelos sentimentos fortes que Haseo não entende podem ter um final Luke-Leia-Han Solo…

 

 

 

Há ainda uma grande diferença entre Slam Dunk e Angry que é necessário destacar. Apesar de ambos serem classificados como quadrinhos de esporte, no primeiro os jogos de basquete tinham grande destaque, ação e vigor, deixando o leitor “ligado” e com a sensação de realmente estar acompanhando uma partida – sensação reforçada pelos excelentes desenhos e enquadramentos. Já em Angry, o judô é secundário e poderia ser substituído por qualquer outro esporte sem nenhum ônus para a brabeza do personagem principal.

 

 

 

Pra quem ficou curioso em ler a história – ou saber como ela termina – ainda é possível ler o gibi. Apesar de já ter deixado as bancas há tempos, há alguns sites especializados em mangá que disponibilizam os capítulos on line (a maioria em inglês) e muita gente vende os seis exemplares lançados em português na Internet, a preço médio de R$ 32,00.

 

 

(matéria publicada em 05/05/2013)

Djota Carvalho

Dario Djota Carvalho é jornalista formado na PUC-Campinas, mestre em Educação pela Unicamp, cartunista e apaixonado por quadrinhos. É autor de livros como A educação está no gibi (Papirus Editora) e apresentador do programa MundoHQTV, na Educa TV Campinas. Também atuou uma década como responsável pelo conteúdo da TV Câmara Campinas e é criador do site www.mundohq.com.br

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